Fala Pedro, o Nogueira
"Nasci" em uma geração que inaugura sua carreira na modelândia ainda no ensino médio. Esses modeleiros facilmente ultrapassam as fronteiras do mundo universitário com muita simulação na bagagem e vão ao primeiro AMUN com dez ou doze simulações do mainstream de modelos brasileiros e até estrangeiros. Por agora, um grande tendência em Belo Horizonte são as simulações internas, promovidas dentro dos colégios e, muitas vezes, inteiramente desenvolvidas pelos alunos secundaristas. Conheço casos parecidos, por exemplo, em Brasília, onde há um circuito muito organizado de simulações internas e que, inclusive, interagem formalmente entre si. Muito da minha experiência em simulações vem destes modelos internos e, portanto, sou um grande fã dessa modalidade de simulações, que, no meu jurisdimento, contribuem muito pra formação de cada modeleiro por seis motivos. Vamos a cada um deles.
Tamanho: Sou um entusiasta das simulações em comitês reduzidos. Menos gente frequentemente significa mais tempo de discurso para cada delegado e mais atenção pra cada participante, tanto pela diretoria quanto dos colegas de comitê. Não fui a modelos internos com comitês muito maiores que quarenta delegados e isso sempre foi positivo.
Desenvoltura: Com menos gente e com mais conhecidos, delegados tendem a ter menos vergonha de discursar e acabam por, com o perdão da expressão, 'perder a virgindade' discursiva muito rápido, o que os deixará mais à vontade, posteriormente, no faraônico Mini-ONU ou na gigantesca SiNUS, o terror dos delegados tímidos.
Treinamento [?]: na falta de uma palavra melhor. Simulando em casa, delegados tem tempo de se familiarizar com as regras (extremamente importantes, na minha opinião) e outros aspectos das simulações para, em outras ocasiões, aproveitar mais o conteúdo que preocupar-se com a adaptação à forma. Este fator e o anterior acabam por tornar-se um só, já que a simulação interna elimina o período de adaptação que os delegados devem ter no modelo de proporções maiores, durante a primeira e segunda sessões. Só alegria!
Coesão de delegações: Simular com os companheiros dentro do colégio cria uma identidade comum entre os alunos que, em outro modelo, formarão uma delegação. Isso enaltece o conceito de ‘delegação’ em si, quando os alunos realmente passam a se comportar como um grupo de embaixadores trabalhando por uma mesma causa, já que simularam juntos previamente e provavelmente se prepararam juntos. Além disso, em um outro nível de análise, aprender com os veteranos da escola acaba criando um estilo parecido de simular. Aqui em BH, por exemplo, já é possível ficar meia hora em um comitê e identificar, pelo jeitão, quem é o delegado do Colégio Militar, quem é o do Magnum e quem é o do Santa Maria.
Relações Intercolegiais: Quando os alunos de um colégio passam a convidar os colegas de outras escolas para simular em seus internos, começa a formar-se uma comunidade mais interativa de modeleiros na região, já que o convite certamente será retribuído. Somado ao fator anterior, cria-se um circuito alternativo de modelos, não concorrente, mas complementar ao mainstream. Multiplicada a simulação, multiplica-se a diversão!
Evolução acadêmica: frequentemente, os modelos internos são organizados pelos próprios alunos, que conduzem a pesquisa, escrevem guias de estudos/regras e dirigem comitês. Ao contrário do que pode parecer, isso não costuma reduzir a qualidade acadêmica dos comitês, que costumam seguir muito corretos. Já chegamos a ver por aqui momentos espetaculares de comitês muito bem estudados e construídos, exemplos, inclusive, para simulações do mainstream.
"Nasci" em uma geração que inaugura sua carreira na modelândia ainda no ensino médio. Esses modeleiros facilmente ultrapassam as fronteiras do mundo universitário com muita simulação na bagagem e vão ao primeiro AMUN com dez ou doze simulações do mainstream de modelos brasileiros e até estrangeiros. Por agora, um grande tendência em Belo Horizonte são as simulações internas, promovidas dentro dos colégios e, muitas vezes, inteiramente desenvolvidas pelos alunos secundaristas. Conheço casos parecidos, por exemplo, em Brasília, onde há um circuito muito organizado de simulações internas e que, inclusive, interagem formalmente entre si. Muito da minha experiência em simulações vem destes modelos internos e, portanto, sou um grande fã dessa modalidade de simulações, que, no meu jurisdimento, contribuem muito pra formação de cada modeleiro por seis motivos. Vamos a cada um deles.
Tamanho: Sou um entusiasta das simulações em comitês reduzidos. Menos gente frequentemente significa mais tempo de discurso para cada delegado e mais atenção pra cada participante, tanto pela diretoria quanto dos colegas de comitê. Não fui a modelos internos com comitês muito maiores que quarenta delegados e isso sempre foi positivo.
Desenvoltura: Com menos gente e com mais conhecidos, delegados tendem a ter menos vergonha de discursar e acabam por, com o perdão da expressão, 'perder a virgindade' discursiva muito rápido, o que os deixará mais à vontade, posteriormente, no faraônico Mini-ONU ou na gigantesca SiNUS, o terror dos delegados tímidos.
Treinamento [?]: na falta de uma palavra melhor. Simulando em casa, delegados tem tempo de se familiarizar com as regras (extremamente importantes, na minha opinião) e outros aspectos das simulações para, em outras ocasiões, aproveitar mais o conteúdo que preocupar-se com a adaptação à forma. Este fator e o anterior acabam por tornar-se um só, já que a simulação interna elimina o período de adaptação que os delegados devem ter no modelo de proporções maiores, durante a primeira e segunda sessões. Só alegria!
Coesão de delegações: Simular com os companheiros dentro do colégio cria uma identidade comum entre os alunos que, em outro modelo, formarão uma delegação. Isso enaltece o conceito de ‘delegação’ em si, quando os alunos realmente passam a se comportar como um grupo de embaixadores trabalhando por uma mesma causa, já que simularam juntos previamente e provavelmente se prepararam juntos. Além disso, em um outro nível de análise, aprender com os veteranos da escola acaba criando um estilo parecido de simular. Aqui em BH, por exemplo, já é possível ficar meia hora em um comitê e identificar, pelo jeitão, quem é o delegado do Colégio Militar, quem é o do Magnum e quem é o do Santa Maria.
Relações Intercolegiais: Quando os alunos de um colégio passam a convidar os colegas de outras escolas para simular em seus internos, começa a formar-se uma comunidade mais interativa de modeleiros na região, já que o convite certamente será retribuído. Somado ao fator anterior, cria-se um circuito alternativo de modelos, não concorrente, mas complementar ao mainstream. Multiplicada a simulação, multiplica-se a diversão!
Evolução acadêmica: frequentemente, os modelos internos são organizados pelos próprios alunos, que conduzem a pesquisa, escrevem guias de estudos/regras e dirigem comitês. Ao contrário do que pode parecer, isso não costuma reduzir a qualidade acadêmica dos comitês, que costumam seguir muito corretos. Já chegamos a ver por aqui momentos espetaculares de comitês muito bem estudados e construídos, exemplos, inclusive, para simulações do mainstream.
Esses modelos internos são excelentes. Pena que aqui no Rio essa prática não seja disseminada. Se não me engano há apenas o ONU Colegial, do Santo Inácio.
ResponderExcluirExcelente post.
ResponderExcluirConcordo com todos os termos dele e digo mais: quem organiza modelos internos ganha confiança para incorporar novos modelos ao mainstream. É o está ocorrendo aqui em Belo Horizonte.
Outro ponto importante:
ResponderExcluirmodelos internos são ferramentas muito úteis no processo de renovação que foi citado há alguns posts atrás.
É muito mais fácil atrair novos modeleiros para simulações em um ambiente familiar, com um custo baixo e com muitos amigos do que para "o maior modelo da América Latina", pagando três digitos de inscrição e, querendo ou não, com todo um esforço de guerra pra montar uma delegação de secundaristas com mais de 10 pessoas (antigamente, umas 15).
Ou seja, modelos do mainstream ganham com mais e mais estudantes interessados em simular e os modelos internos divertem, renovam e, enfim, não deixam a festança parar.
Complementando, no Rio tem um outro modelo interno. Se não me engano da Escola Parque.
ResponderExcluirExato, a Escola Parque fez seu primeiro modelo em 2008.
ResponderExcluirCreio eu que falta aqui compreensão dos dirigentes das escolas de que modelos não são desculpa para perder aula, mas atividades complementares à sala de aula riquíssimas. Afinal, quem perde a vergonha de discursar, participa mais das aulas, interage mais, etc.
O Rio também tem o modelo interno da British School, da American School, do CEN (apesar de ser em Niterói), se bem que se for contar os modelos do Estado do Rio... Só pra dizer que existe mais de um modelo interno no Rio.
ResponderExcluirOnde assino Nogueira?
ResponderExcluirAfinal, no meu caso, foram as simulações internas que me permitiram (com o meu pequeno poder aquisitivo de alguns anos atrás) iniciar e continuar no Fantástico Mundo dos Modelos.
Mesmo morando em Brasília, não fui um modeleiro secundarista. Comecei no Ensino Superior, mas também num modelo interno.
ResponderExcluirEntão, creio que modelos internos em faculdades/universidades também são interessantes para agregar mais pessoas talentosas e que levem os modelos para frente.
Grande post, meu caro! Abraço!!
Moro no interior de Minas e minha escola também realiza modelos internos. As simulações são bastante produtivas, pois nós alunos participamos de todos processos de organização. Assim, nos preparamos para modelos conhecidos no Brasil todo.
ResponderExcluirMas o que mais me surpreende é que exista um modelo dentro de um Colégio Militar. Adoraria transpor essa idéia para o daqui do Rio, do qual sou ex-aluno. Porém a falta de empenho do comando em qualquer atividade extracurricular me desanima profundamente. Como vocês de BH conseguiram?
ResponderExcluirMeu caro Bruno Tomas, duvido que a indisposição do seu comandante seja maior do que a de alguns que já passaram por aqui. Para isso só existe uma solução: correr atrás, sem desistir.
ResponderExcluirBruno, quem faz o modelo do CMBH são os alunos. O comando só foi descobrir o modelo depois de algum tempo, acho. Só ter um professor que anima e pronto
ResponderExcluir1) Bruno Tomas, a moçada tá muito modesta. Não apenas existe um modelo interno no Colégio Militar de Belo Horizonte, como esse modelo já simulou o Gabinete de HITLER, na primeira simulação inteiramente nazista do Brasil! (Munique, da SiEM 2006, era apenas 25% nazista mais 25% fascista)
ResponderExcluir2) O post do Pedro, apesar do uso de "jurisdimento", é péssimo e horrível.
A frase "aqui em BH, por exemplo, já é possível ficar meia hora em um comitê e identificar, pelo jeitão, quem é o delegado do Colégio Militar, quem é o do Magnum e quem é o do Santa Maria" demanda, exige, implora, por um novo post, detalhando quais características são essas. É intrigante e interessante demais para ficar desse jeito, só na sugestão.
Bom, com certeza esse trecho dá muito pano pra manga, eu diria que permite até um estudo de caso comparativo entre as várias "personalidades simulacionais" comuns que aparecem com esse fenômeno. No entanto, meu objetivo no post não foi esse, foi falar sobre os modelos internos em si. Esse comportamento parecido é assunto pra um outro post, dedicado ao tópico pra explorá-lo com mais propriedade. Quero fazer isso ainda esse ano, logo depois da última sessão de algum modelo interno, acho que vai ser mais proveitoso e vou ter mais exemplos e comparações.
ResponderExcluirCordialmente,
O Autor.