Nota dos editores: É política do blog não escrever posts sobre modelos específicos. Porém, como se trata de um caso sui generis -os editores atuais não foram ou podem ser delegados do Global Classrooms - julgamos que as reflexões propostas pelo Jeff Agrella são válidas para falar algo mais do que o modelo em si, mas o impacto social a modelândia pode causar em nosso país.
Representatives’ Feelings
No final de semana dos dias 14, 15 e 16 de novembro aconteceu a terceira edição do Global Classrooms São Paulo. O evento, que contou com a participação de aproximadamente 300 pessoas, entre alunos, voluntários e professores, é o único Modelo Brasileiro voltado aos alunos da rede pública de ensino no Brasil.Dentre os alunos, certamente mais de 80% estavam “aprendendo a modelar”, e a imagem que passavam, durante a cerimônia de encerramento, era a de que lição foi bem compreendida. Entretanto, o Global Classrooms ensina um tanto mais que apenas modelar. Leciona muito mais do que técnicas de oratória, de pesquisa, compreensão, tolerância e todas as demais que observamos em nossas idas e vindas pelos modelos desse nosso querido e insano mundo paralelo.O Global Classrooms é um instrumento para inflar a auto-estima de nossos queridos alunos/delegados, muitos dos quais que até o dia da cerimônia de encerramento não acreditavam em si mesmo.
Nós, que passamos por um Global Classrooms (sim, tive o prazer de ter sido delegado deste magnífico projeto) saímos de lá dotados da certeza de que, a partir daquele momento, nossa existência ganha outro sentido. Exagero? As lágrimas derramadas por vários delegados durante tal cerimônia provam que não.
Ver estampado em outros rostos, pela segunda vez como organizador, o que este Modelo representa pra mim, me faz crer que todos aqueles que tiveram o prazer de, um dia, se declarar como representante de “Estado x”, mesmo que por alguns instantes, deveriam viver a experiência que qualquer edição do Global Classrooms propicia.É através de um Global Classrooms que percebemos que todos os valores que são tentados passar durante um Modelo podem sim chegar a seus destinatários. É o Global Classrooms que nos prova que, dentro deste “mundo modeleiro”, podemos sim acreditar que temos o poder de mudar aquilo que consideramos estar fora de seu sentido lógico.Eu sei que parece muita “babação-de-ovo”, e que deve estar sendo um saco ler este post que foge tanto à estilística bem-humorada representada por todos os outros abaixo. Mas, é necessário compartilhar com todos aqueles que nunca puderam sentar em uma cadeira do Global Classrooms, tanto como delegado, quanto como organizador, a lição metafisicamente ensinada durante os dias de qualquer edição de um Global, a de que além de todas as nossas horas e treinamentos com oratória, devemos levar aos modelos as nossas paixões.
Tenho pra mim que o projeto, que é organizado por nossa querida modeleira Raquel Mozzer, representa aquilo que de melhor podemos tirar de um modelo, a sensação de algumas horas investidas no aprimoramento de pessoas tão especiais, a começar por nós mesmos. E, investido desta sensação, fico feliz em perceber que tal projeto toca, cada vez mais, a essência de quem passa por um Global Classrooms. Senhores modeleiros, mais do que transmitir a nós, delegados, os preceitos e valores da Carta das Nações Unidas, o Global Classrooms sempre será um divisor de águas na vida de qualquer aluno que por ali passe. É a partir dele que saberemos dizer “Yes, We Can” (quem esteve presente esse ano entenderá).
Seja parte, modeleiro, dos momentos mais importantes, até então, da vida de um aluno que se sente importante pelo simples fato de aprender a aprender um pouco mais sobre si mesmo.
Jefferson Agrella, o Jeff, é aluno do 4º semestre do curso de Direito das Faculdades Integradas Rio Branco e iniciou suas participações em modelos na primeira edição do Global Classrooms São Paulo, em 2006.
Eu acho que em vários aspectos o Global simboliza o que há de mais idealista na modelagem: proporcionar a conscientização, qualificar pessoas, fazê-las interagirem e criarem laços, e, ainda por cima, dar-lhes uma oportunidade na vida.
ResponderExcluirSeria bom que houvesse GC não só em SP, como no RJ, MG, RN, e em todo lugar. O Brasil inclusive, como democracia, tem muito a ganhar.
Essa reflexão me lembra um debate do ano passado, neste blog, sobre o papel social dos Modelos da ONU. Aqui:
ResponderExcluirhttp://modeleiro.blogspot.com/2007/05/poder-e-modelos-para-o-povo-pobre.html
Esse post do Jeff pode parecer um pouco exagerado no sentimentalismo, mas não é não. O Global é assim mesmo. Sai quase todo mundo comovido.
Entre outras coisas, o Global Classrooms me ensinou que existe uma correlação entre motivação pessoal e escassez de oportunidades. Os estudantes do Global são, muito provavelmente, os mais empolgados entre todos os modeleiros do Brasil, e isso ocorre justamente porque a oportunidade de aprender sobre a ONU lhes é rara e cara.
Eu lembro ternamente de quando quando era SG do Global, lá na primeira edição, em 2006, e visitava as escolas públicas situadas nos confins de São Paulo, algumas literalmente na zona rural. Eu sempre me perdia no caminho e gastava horas no trânsito, mas valia a pena. Era importantíssimo para os alunos-modeleiros. Gente motivada é o que torna belo este mundo. É o que torna possível a democracia.
Como o Artur, continuo esperando que projetos semelhantes ao Global surjam em outras cidades do Brasil.
Tenho dois pontos para comentar
ResponderExcluirEm primeiro lugar, creio que este relato emocionado demonstra exatamente como deve ser o Global Classrooms . Imagino que para muitos aquilo ali é uma oportunidade única. Acho que o principal diferencia de simulações do ensino médio como um todo é a paixão. Aqui em Brasília na SINUS, algo já tem tentado ser feito neste sentido fornecendo bolsa para alunos de escolas públicas. Lógico que não é exatamente o mesmo mas creio já ser uma iniciativa
Em segundo lugar, não acho interessante esta política de não postar especificamente sobre modelos. Talvez fosse interessante ter relatos aqui de como foram os modelos pelo Brasil. Fica a sugestão
Mas no geral o blog é muito bom, espero que os sucessores mantenham o nível
Michael,
ResponderExcluirEssa *politica* foi estipulada para que o blog mantivesse o foco de centro de discussao, em vez de colunismo social. Achavamos que se deixassemos os modelos faltalmente nao ajudaria no quesito autocritica - raramente algum organizador de modelo admite suas falhas, especialmente para gente de fora - e poderia gerar uma competicao desnecessaria. Sempre entendemos o blog como um lugar para discutir a forma de fazer simulacao, nao para falar sobre simulacoes especificas.
De qualquer forma, fica sua sugestao para a administracao seguinte. Obrigado por seu comentario e continue participando!
Como participante da edição citada, posso concordar com que o escritor escreveu...
ResponderExcluirEsse Global Classrooms pelo que pude perceber, foi um dos mais unidos e um dos que os delegados mais fizeram amizades! Sou suspeita á dizer, pois acredito plenamente no projeto e graças a ele consegui alcançar objetivos impensaveis na minha vida, e por esse motivo que não acredito que o escritor possa ter exagerado e posto um certo sentiamentalismo no post, creio que foi sincero o suficiente para demonstrar o que nós delegados sentimos naquele final de semana de 14, 15 e 16 de novembro.
Parabéns á Jeff Agrella e aguardo o novo GCSP 2009!