segunda-feira, 18 de maio de 2009

Crise Crack Pipe

Corram para as montanhas!


Para os que não sabem eu sou um proponente da profissionalização das crises. É um termo infeliz, mas a idéia é a de que se for pra fazer crise, faça direito. Não tem NADA pior do que uma crise mal feita, comitês já faliram graças a elas. Mais sobre este tópico pode ser encontrado em postagens mais antigas neste mesmo blog.

A proposta agora é identificar os tipos de crise bizarras que existem na fauna modelística brasileira. Puxei de memória causos que vivenciei e que ouvi, alguns dos exemplos abaixo são reais, e tentei separar os tipos recorrentes. Cheguei a cinco tipos diferentes de crises aos quais dediquei algum tempo para batizá-los de modo adequado (e divertido). O resultado foi o seguinte:

Crise “Jack Bauer”

É a crise onde os acontecimentos são tão detalhados e pouco relacionados à esfera política que o comitê, para não perder a viagem, se transforma num grande jogo de “Detetive”. Quando você começa a discutir coisas como o tempo de vôo de um avião de transporte que vai resgatar aquele oficial da ONU seqüestrado no meio do Sudão, você sabe que está numa crise Jack Bauer. É ótima para comitês de gabinete; as vezes funciona em comitês normais, mas isso só acontece quando os delegados tem a mente (muito) aberta, já que, convenhamos, não tem NADA de verossímil nessas discussões.

Crise “História Sem Fim”

É na realidade um pacotão de crises, do tipo, compre 1 e leve 12. Ela começa e não acaba nunca. Quando os delegados estão apresentando um projeto de resolução para resolver a questão A, acontece uma situação B que invalida aquela resolução e assim por diante. Os delegados NUNCA vão conseguir resolver a situação porque o desenrolar dos acontecimentos é inumanamente rápido. Dependendo de como for feito pode ser interessante, os delegados podem ficar 100% do tempo em discussões boas e interessantes. Mas se os eventos forem chatos corre-se o risco de a situação cansar rapidamente e os delegados perderem o interesse pelo comitê.

Crise “Whatever”


É aquela que, quando acontece, ninguém percebe. Ou se perceber, ficam se perguntando: “estamos em crise?”. É aquela situação que chega até você, com um pronunciamento do Secretário-Geral da ONU, mas que não justificaria nem mesmo uma reunião no CS. Um exemplo? A população de Porto Príncipe sai ás ruas para fazer uma manifestação pacífica contra a MINUSTAH. Convenhamos, a melhor definição para esse acontecimento é: “whatever”...

Crise “Bomba”


É aquela que, quando acontece, faz você se sentir em um episódio de “Além da Imaginação”. Pode ser chamada alternativamente de Crise “Crack pipe”. Nem os livros do Tom Clancy são tão descolados da realidade política mundial. Algo do tipo: Hugo Chávez e Fidel Castro financiam uma milícia rebelde para criar a República Socialista (Soviética, por que não?) do Haiti. Lembram da folclórica Babá Egípcia? Nada mais a declarar.

Crise “Armageddon”


Sabe quando o mundo está acabando? Ou que, na realidade era pra ter acabado mas não acabou, ninguém sabe como (nem mesmo o diretor)? É aquela situação worst case scenario que não está nem mesmo nos treinamentos de crise do NORAD. Algo como uma guerra entre Irã e Israel, com o Iraque ocupado no meio. Adicione armas nucleares (pros iranianos) e PIMBA! Temos um cenário perto do apocalíptico. Cenários que beiram o apocalipse são interessantes, mas não quando você ultrapassa a linha do remotamente plausível.


Algumas palavras finais são necessárias. Primeiro de tudo, esses tipos de crise não são necessariamente ruins. Alguns funcionam muito bem em gabinetes (como o Armageddon e o Jack Bauer), outros não. Alguns são simplesmente perigosos e precisam de MUITO cuidado - e de uma boa dose de sorte - para funcionar; como o tipo “História Sem Fim” (que funcionou no CS do TEMAS deste ano). Por enquanto é só pessoal.

domingo, 17 de maio de 2009

Na cola do AMUN, #001

Sexta feira, 15, marcou a abertura das inscrições para o AMUN, o Representatives não perde um segundo da cobertura do modelo mais antigo do Brasil. A organização do modelo avisou e cumpriu: as inscrições começaram ao meio dia da sexta.
A novidade do ano é que, a princípio e com tudo correndo bem, Minas vai ao XII AMUN. Pelo menos oito delegados confirmados e inscritos na Delegação Tiradentes, carinhosamente chamada Delegação Pão-de-queijo.
Além disso, a novidade do modelo é que o hotel oficial já foi anunciado, excelente para quem planeja viagem com antecedência. Já foi o hotel oficial de outras edições do AMUN e fontes gaúchas elogiaram a hospedagem e a banheira excelente do quarto =D. Os velhos conhecidos do hotel podem dizer aqui se a informação procede.

Fiquem ligados e informem aos editores sobre a preparação de sua delegação para o AMUN. Vamos acompanhar de perto a corrida dos delegados pra Brasília em 2009.
Estamos de olho oO

terça-feira, 12 de maio de 2009

2ª Simulação na PUC-Minas Coréu
Sábado 16, das 9h às 17h
Conselho de Direitos Humanos da ONU:
Violações de direitos humanos no combate ao terrorismo
Grátis, em português, não requer roupa formal
Espalhe para todos os universitários de Belo Horizonte e região
Inscreva-se até amanhã, quarta, pelo e-mail no banner acima

A la Twitter


Saiu a Lista de Países do AMUN.

236 vagas. Conselho de Paz e Segurança da União Africana não é de duplas. Conselho de Direitos Humanos é, com incríveis 40 duplas. A gloriosa Indonésia tem apenas 2 delegados.

Deu 140 caracteres?

domingo, 10 de maio de 2009

Modelo da ONU... pela ONU


Caso nossos caros leitores não saibam (deveriam saber), a nossa querida Organização das Nações Unidas está organizando seu próprio modelo pela primeira vez na história. O GMUN - Global Model United Nations de 2009 ocorrerá em Genebra (é, aquela na Suíça), nas nababescas instalações do Palais des Nations, o qual também foi, por algum tempo, sede da Liga das Nações. Os idiomas oficiais da simulação serão o inglês e o francês, mas parece que eles estão tentando obter tradutores para todas os idiomas oficiais da ONU (Árabe, Chinês, Espanhol, Francês, Inglês e Russo).

A história por trás do modelo é interessante. O Under-Secretary-General for Communications and Public Information (algo como o diretor de Relações Públicas da ONU), há quarenta anos, participou de um modelo no Japão, e isso o inspirou a trabalhar no setor das Relações Internacionais. Hoje, ele quer transmitir a mesma coisa aos jovens de todo o mundo.

Todos os participantes do modelo (incluindo secretariado e conference officials) são escolhidos dentre universitários do mundo inteiro, com cotas para todas as regiões. O modelo não tem taxa de inscrição, mas os delegados são responsáveis por todos os custos da viagem e estadia na capital internacional da paz. O GMUN pode tentar conseguir patrocinadores para pessoas de países em desenvolvimento que comprovadamente não conseguiram arrecadar fundos.

A primeira fase de seleção dependia de vários pré-requisitos, e já foi encerrada. No entanto, o GMUN aceita inscrições individuais até dia 20 de maio. Brasileiros não precisam de visto para viajar para a Suíça (nem para qualquer outro país da zona de Schengen, se não me engano), se sua estada não for para fins lucrativos e não se estender por mais de 6 meses. Todavia, seu passaporte deve ser válido por, no mínimo, 6 meses a partir da data de entrada.

A modelândia brasileira está bem representada no modelo. Além de um membro do secretariado, creio eu que contamos com duas (duas!) delegações brazucas: uma do Rio de Janeiro, outra de Brasília (ou era de Porto Alegre? alguém aí nos comentários me corrija). Além disso, o Representatives of the World terá também dois (dois!) de seus editores presentes neste evento de altíssimo gabarito.

Para maiores informações, o site do GMUN é http://www.un.org/gmun. Ainda dá tempo de se inscrever!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Futebol na ONU: até Ban entra na brincadeira


Sim, é Ban Ki-moon na foto!

Diplomatas da ONU jogaram futebol no último sábado (leia na CNN, no UN News Centre e veja fotos no UN Dispatch).

Os capitães dos times eram os embaixadores do Chile e do Liechenstein.

Jogaram também os delegados do Reino Unido, Paraguai, Bósnia e Timor-Leste, entre outros.

O secretário-geral Ban Ki-moon, 64 anos, também jogou bola, e diplomaticamente trocou de times no meio da partida. Também "diplomaticamente", o placar não foi registrado.

Em suma, nada que você não tenha visto na ASCUP, e posteriormente na gloriosa Copa UNPO de Futebol.

Uma pena que o Brasil não tenha participado (aparentemente)... será que nossa embaixadora não quis participar? Ou então, não convidaram Brasil (e Itália, França, Argentina, etc.) para que o jogo não fosse dominado pelas superpotências.

Guiné pirou

Grande crise pros delegados: ter que sair do modelo e voltar pra casa.

CONAKRY, Guinea -- Guinea's ruling junta has recalled 30 ambassadors in cities from Washington to Beijing, nearly five months after seizing power when the West African country's longtime dictator died.

The military junta gave no reason for the diplomatic reshuffle, ordered by a presidential decree read on state television Tuesday night.

Almost all of Guinea's embassies abroad will be affected by the reshuffle, including those in Paris, London, Moscow, Cairo and Pretoria, South Africa. The Guinean representatives to the European Union and African Union were also included (Fonte: Washington Post).

Simulações realistas devem imediamente riscar Guiné de suas listas de países, até que novos nomes sejam definidos. Verdade, contudo, que a notícia não menciona se Guiné chamou pra casa seu embaixador na ONU.