sexta-feira, 28 de maio de 2010

Tornando os MUNs mais FÁCEIS, rápidos e DIDÁTICOS


Deixa eu explicar para vocês o que está se passando na minha cabeça.

Eu não seria o Cedê se as pessoas conseguissem compreender de onde vêm as minhas idéias... mas apesar da doidura e empolgação das mesmas, acho que as pessoas logo as compreendem - apenas têm mais dificuldade em acompanhar meu raciocínio, mas tento (e, quero crer, consigo) fazer com que elas entendam facilmente onde quero chegar.

Assim sendo, eu vou começar explicando meu Ponto A. Mas se você quer ir direto pro Ponto B - Tornando os MUNs mais FÁCEIS, rápidos e DIDÁTICOS, pule o "A" e role o texto até o ponto B.

  • < ---- Ponto A
Lançada em 2008, a quarta edição do Dungeons & Dragons, o RPG mais antigo do mundo, é muito boa. É um jogo muito diferente dos antecessores, por isso não vou dizer que é melhor ou pior. Mas é certamente mais didática.

Como se não bastasse o didatismo, Mestres do mundo inteiro desenvolveram técnicas simples e baratas para agilizar o jogo e "keep track" de tudo que está acontecendo ao mesmo tempo.

Uma dessas idéias é fazer plaquinhas com os nomes dos jogadores e dispô-las sobre o escudo do Mestre para saber a ordem de iniciativa dos jogadores - quem joga primeiro, etc. Você poderia fazer isso no seu jogo de War, ia facilitar sua vida.

Outra idéia incrível é usar os aneizinhos de garrafas de refrigerante para representar os diferentes statuses dos personagens e monstros - quem está ferido, enfeitiçado, envenenado, "de marcação", etc. etc.

Ambas as idéias são utilizadas pelo meu atual grupo de jogo, no qual sou um Humano Ladrão.

Essa idéia de usar os marcadores não tem nada de novo. Não veio com a 4ª edição. MAAAAAAAAAAAAS... o uso dela agora está acompanhado de uma outra reforma, que é a simplificação das regras.

Exemplo: antigamente, um personagem "slowed" poderia ter diferentes velocidades. Dependia da velocidade original dele. Hoje, NÃO. Todos os personagens "slowed" por algum feitiço, não importa a velocidade original, têm a mesma velocidade.

- Mas o que isso tem a ver com modelo, Cedê?

  • ---- > Ponto B: Tornando os MUNs mais FÁCEIS, rápidos e DIDÁTICOS
Já trabalhei em muitos modelos de Ensino Médio, incluindo modelos curtos, de dois dias (DOIS DIAS!).

PROBLEMA: Um problema dos modelos é escrever resoluções complexas.

"Ah, mas com estudo dá!". Não dá.

O fato é que nós modeleiros temos acesso a muito pouco do que é realmente negociado no mundo. Mesmo quem estuda as resoluções, declarações e discursos sabe apenas parte da história.

Como se não bastasse, é raro termos acesso a dados técnicos que subsidiam uma resolução.

  • Se você simula um assunto ao mesmo tempo em que ele é debatido no mundo real, como aconteceu comigo no UFRGSMUN 2006 e como acontece com quem simula Irã no CS hoje, não tem como você adiantar detalhes importantes na resolução. Exemplo: qual será o número de tropas de uma PKO nova? Quais países vão contribuir? Que indivíduos e organizações devem ser sancionados?
  • Se você recebe instruções de seu governo que um certo assunto NÃO deve ser mencionado na resolução, como aconteceu comigo no AMUN 2007, o fato é que ninguém vai ficar sabendo. O modeleiro que acessa o PDF da resolução não sabe o que NÃO deveria aparecer nela. Mas isso FAZ diferença na negociação.
SOLUÇÃO: SIMPLIFICA!

Sr. Presidente, moção para simplificação.

Minha proposta, que vou experimentar muito em breve nos treinamentos da Senate Simulation (olha o merchan), é a seguinte:

1. Escreva, em grandes pedaços de cartolina, coisas como:
- SANÇÕES IRÃ
- IRÃ = TERORISTA
- CAPÍTULO SETE! (como se fosse golpe de Cavaleiros do Zodíaco, mesmo)
- GUARDA REVOLUCIONÁRIA = TERRORISTA
- INSPEÇÕES AIEA
- PARABÉNS ESFORÇOS BRASIL-IRÃ-TURQUIA
- CONVIDA IRÃ COOPERAR
- CONVIDA IRÃ PROTOCOLO ADICIONAL TNP
- PRESIDENTIAL STATEMENT

Estes são alguns exemplos.

2. Mostre esses pedaços de cartolina aos alunos.

3. Os alunos podem circular as cartolinas e, se quiserem, assiná-las.

4. NO CENTRO da sala fica uma GRANDE MESA.

5. Toda vez que uma CARTOLINA recebe, digamos, 3 assinaturas, o delegado pode colocar a cartolina em cima da GRANDE MESA.

6. A PROPOSTA estará LITERALMENTE SOBRE A MESA!

Desta forma:

a) os delegados não precisam realmente escrever as propostas ou se preocupar com detalhes ou com VERBOS CHATOS. Eles só precisam escolher as propostas, barganhar quais serão patrocinadas, e ir tecendo a resolução rapidinho.
b) os delegados visualizam a resolução e a negociação muito mais fácil.
c) com uma única GRANDE MESA, os delegados não arriscam fazer 2 drafts parecidas (como acontece MUITAS VEZES). As propostas na GRANDE MESA podem ser contraditórias entre si. Não tem problema!
d) os delegados também não perdem precioso tempo escrevendo propostas para as quais o comitê não é competente (tropas no CDH, desenvolvimento no CS, etc.)
e) você elimina a necessidade de fotocópias de emendas e drafts - PASMEM, nem mesmo o data-show é necessário!

No Ensino Médio & em simulações curtas, os detalhes das sanções e o tamanho da PKO não importam. O que interessa são as grandes decisões políticas - vai ter sanção? vai ter capítulo VII? vai ter PKO ou não?

Claro, as regras de votação permanecem as mesmas. Uma cartolina no CS precisa de nove votos para ser aprovada, e ainda rola veto.

Esta didática, que em breve digo como funciona na prática, corre o risco de tornar o modelo mais divertido e muito mais intenso! Afinal, a learning curve fica mais rápida.

E olha - ainda estou considerando dar aos delegados poker chips que funcionam como assinaturas... afinal, um país só tem capital político para patrocinar um certo número de propostas!

Uganda não pode contrariar o MNA; o Líbano está de marcação pelo Hezbollah; a Bósnia
deve se manter a no máximo 2 quadrados da Herzegóvina; os Estados Unidos já usaram seu
encounter power, mas não o daily; Rússia está flanqueando a China; Turquia já usou seu
ataque de oportunidade; Brasil recebe reforços em agosto; e o próximo na iniciativa é o México!

terça-feira, 18 de maio de 2010

A delegata do Japão



DELEGATA DO JAPÃO
by Cedê Silva

Delegata,
Será que eu sou motivo de investigação?
Você e a americana, vivem de marcação
Na A-I-E-A....
Delegata,
Quem procura acha, saia já do meu pé
Já te jurei que eu não quero fazer
Arma nuclear...
Me persegue quando eu vou sair
No Conselho e no FMI
Quando eu passo, ela liga o radar
Desse jeito não dá pra agüentar

Eu me rendo! Me entreguei!
Mas pára de querer reconquistar a minha Manchúria, meu bem
Não dá não.... (brinca não!...)
Nenhuma vai me fazer esquecer da delegata do Japão!