quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Modelos e TI, parte III

“Modelos e TI” é uma série de posts sobre a aplicação da tecnologia aos modelos. Os posts anteriores podem ser vistos aqui e aqui.

Desde o primeiro post dessa série, muitas coisas já mudaram. Além do advento dos laptops e da internet sem fio como ferramentas importantes em modelos, há agora uma segunda onda de tecnologia: a do conteúdo.

Calma, doutores, eu explico. Na época em que eu comecei no mundo dos modelos (lá pra 2005/2006), o máximo que se podia encontrar sobre determinada simulação na internet era o site oficial, quiçá algumas fotos e, com alguma sorte e esforço, o respectivo artigo na Wikipédia. Agora, temos uma proliferação de blogs, imagens e vídeos, criando um ambiente mais rico e mais diverso para os que querem se informar acerca do mundo modelístico, além de agradar aos delegados habitués.

Independentemente de onde isso tenha começado, a publicação de conteúdo que não possui a formalidade de um site oficial é muito mais atrativa, do ponto de vista dos delegados. Além disso, a informalidade proporcionada por um blog dá flexibilidade à organização, que acaba por atualizá-lo mais freqüentemente. Some-se a isso o fato de que inserir conteúdo em um blog é absurdamente mais fácil do que em um site tradicional e veremos que esta é uma plataforma muito interessante para qualquer modelo, tanto para sua divulgação quanto para os organizadores.

Os vídeos de modelos são um caso à parte. Na minha época – falou o velho – nem se falava nisso. Pelo que eu me lembre, a primeira vez que vi algo do tipo foi na SiNUS 2006, cuja cerimônia de encerramento teve um vídeo com imagens do modelo e uma trilha sonora – se não me engano, Walk On, do U2.

De lá pra cá, muitos modelos adotaram vídeos como método de divulgação, atrativo de delegados ou como parte das cerimônias de abertura e encerramento.




Sim, esse é o Nogueira ;)



Além desses, temos vídeos específicos de comitês, utilizados para divulgar o tema simulado:



Ou até mesmo como meio de deixar uma crise mais real:



As possibilidades são infinitas, e fico curioso para saber como a comunidade modelística utilizará isso no futuro.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Piratas do Caribe! Digo, da Somália?!

Bem, é chegada a minha vez de dividir este espaço com os senhores e senhoritas! Depois destes 3 posts iniciais impecáveis, fica até complicado ser o próximo. Mas cá estou! E depois de posts técnicos e muitas discussões, deixo aqui um tiquinho de descontração. Segue a formalização daquele post, que foi sabatinado pelos nossos 4 primeiros editores há meses atrás, mas que ainda se faz bastante contemporâneo, mesmo nesse nosso mundo que gira tão depresaa. E que seja sabatinado por vocês, caros modeleiros:



Definitivamente, sou um cinéfilo. E como muitos cinéfilos, adorei a trilogia dos Piratas do Caribe. Mas por mais cético que eu possa ser, me senti em um mundo onde a realidade parecia estar pulando diretamente dos telões das salas de projeção.

Talvez seja uma resposta claríssima à maldade das piadas de humor negro envolvendo os somalis. Talvez seja mais um destes fatos históricos non sense que só os que vivem naquele corte temporal podem presenciar, pois não foi lá grandes coisas para livros de História. Mas que a coisa é um verdadeiro freak show, isso é!

Em outubro e novembro, navios de guerra da OTAN e de países com embarcações atacadas foram para as áreas de ataques piratas, mas não resolveram muita coisa. O negócio ficou tão feio (e engraçado?), que se chegou ao cúmulo de especialistas britânicos anti-pirataria terem de ser resgatados dos piratas na Somália.

No fim das contas, é uma tristeza ver esse tipo de acontecimento, do lado de cá do mundo, sabendo que a Somália (bem como várias outras nações africanas) vem sofrendo por décadas, por conta do descaso – seja ele da sociedade internacional, dos políticos somalis e mesmo do acumulado histórico na região.

Já há algum tempo sem notícias das ações dos piratas. Será que a pirataria voltou, novamente, a ser algo das telas de cinema, ou será que a Crise mundial afetou até o que sobrava de “bom senso” (se é que existe algum senso) e estrutura nos ilícitos internacionais? E qual será o próximo título de cinema a escapar para nossa vida nos noticiários globais?

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Dentro de casa

Fala Pedro, o Nogueira

"Nasci" em uma geração que inaugura sua carreira na modelândia ainda no ensino médio. Esses modeleiros facilmente ultrapassam as fronteiras do mundo universitário com muita simulação na bagagem e vão ao primeiro AMUN com dez ou doze simulações do mainstream de modelos brasileiros e até estrangeiros. Por agora, um grande tendência em Belo Horizonte são as simulações internas, promovidas dentro dos colégios e, muitas vezes, inteiramente desenvolvidas pelos alunos secundaristas. Conheço casos parecidos, por exemplo, em Brasília, onde há um circuito muito organizado de simulações internas e que, inclusive, interagem formalmente entre si. Muito da minha experiência em simulações vem destes modelos internos e, portanto, sou um grande fã dessa modalidade de simulações, que, no meu jurisdimento, contribuem muito pra formação de cada modeleiro por seis motivos. Vamos a cada um deles.

Tamanho: Sou um entusiasta das simulações em comitês reduzidos. Menos gente frequentemente significa mais tempo de discurso para cada delegado e mais atenção pra cada participante, tanto pela diretoria quanto dos colegas de comitê. Não fui a modelos internos com comitês muito maiores que quarenta delegados e isso sempre foi positivo.
Desenvoltura: Com menos gente e com mais conhecidos, delegados tendem a ter menos vergonha de discursar e acabam por, com o perdão da expressão, 'perder a virgindade' discursiva muito rápido, o que os deixará mais à vontade, posteriormente, no faraônico Mini-ONU ou na gigantesca SiNUS, o terror dos delegados tímidos.
Treinamento [?]: na falta de uma palavra melhor. Simulando em casa, delegados tem tempo de se familiarizar com as regras (extremamente importantes, na minha opinião) e outros aspectos das simulações para, em outras ocasiões, aproveitar mais o conteúdo que preocupar-se com a adaptação à forma. Este fator e o anterior acabam por tornar-se um só, já que a simulação interna elimina o período de adaptação que os delegados devem ter no modelo de proporções maiores, durante a primeira e segunda sessões. Só alegria!
Coesão de delegações: Simular com os companheiros dentro do colégio cria uma identidade comum entre os alunos que, em outro modelo, formarão uma delegação. Isso enaltece o conceito de ‘delegação’ em si, quando os alunos realmente passam a se comportar como um grupo de embaixadores trabalhando por uma mesma causa, já que simularam juntos previamente e provavelmente se prepararam juntos. Além disso, em um outro nível de análise, aprender com os veteranos da escola acaba criando um estilo parecido de simular. Aqui em BH, por exemplo, já é possível ficar meia hora em um comitê e identificar, pelo jeitão, quem é o delegado do Colégio Militar, quem é o do Magnum e quem é o do Santa Maria.
Relações Intercolegiais: Quando os alunos de um colégio passam a convidar os colegas de outras escolas para simular em seus internos, começa a formar-se uma comunidade mais interativa de modeleiros na região, já que o convite certamente será retribuído. Somado ao fator anterior, cria-se um circuito alternativo de modelos, não concorrente, mas complementar ao mainstream. Multiplicada a simulação, multiplica-se a diversão!
Evolução acadêmica: frequentemente, os modelos internos são organizados pelos próprios alunos, que conduzem a pesquisa, escrevem guias de estudos/regras e dirigem comitês. Ao contrário do que pode parecer, isso não costuma reduzir a qualidade acadêmica dos comitês, que costumam seguir muito corretos. Já chegamos a ver por aqui momentos espetaculares de comitês muito bem estudados e construídos, exemplos, inclusive, para simulações do mainstream.