segunda-feira, 31 de março de 2008

Entrevista: Guilherme Casarões

Ele foi Secretário-Geral do maior modelo do Brasil.

Ele é um dos fundadores do TEMAS.

Ele é o vendido número um.

Representantes do mundo, hoje, 1º de abril, este blog completa um ano.

E para celebrar, entrevistamos o homem, a lenda. Professor Guilherme Stolle Paixão e Casarões, aquele que desistiu de prestar Medicina por causa do MINI-ONU.

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Cedê Silva: Conte pra gente a história definitiva. Como surgiu o termo "vendido"?
Guilherme Casarões: É difícil traçar uma genealogia precisa da vendidagem, porque a memória de modelos é sempre muito difusa, mas acredito que o termo tenha nascido no AMUN 2003, dentro do comitê SpecPol, em que eu representava a Rússia. Havia, nesse comitê, um carioca de muita sapiência e igual proporção de malandragem, o Francisco Eduardo "Chico Dudu" Lemos de Matos. Ele representava a "Jamahiriya Árabe Socialista Popular da Líbia", uma potencial aliada, mas que resolveu radicalizar. E minhas críticas públicas aos seus discursos radicais começaram a incomodar a representação qaddafina, até que o delegado líbio se irritou e começou a bradar, aos quatro ventos, "aêa, tu é VENDIDO, tu só quer ganhar prêmio".

Como se modelos fossem sobre prêmios, e não sobre construção de consenso, diálogo e cooperação. Naturalmente, a altíssima qualidade da diplomacia russa naquele ambiente foi de fato consagrada com uma premiação no comitê, o que, sem querer, ajudou a reforçar a alegação desfundamentada do representante líbio, que em determinado momento do debate resolveu abandonar o comitê em protesto à vendidagem de Rússia e afins. Quando na verdade a briga toda girava em torno da radical postura da delegação carioca as a whole, e não da qualidade do trabalho diplomático de quem só queria chegar a um resultado positivo no comitê.

Cedê Silva: Então o termo surgiu dentro do comitê, e não numa festa, como diz outra versão?
Guilherme Casarões: Estou seguro de que foi no comitê. Não me lembro do dia exato, da sessão específica, mas foi no comitê. Qual a outra versão?

Cedê Silva: Li uma vez em algum comentario deste mesmo blog, creio, que foi na Festa Cultural desse mesmo AMUN. De qualquer forma: você acha que no Fantástico Mundo dos Modelos (tm) as pessoas são mais arrogantes, sensíveis ou ególatras que a média?
Guilherme Casarões: Definitivamente mais arrogantes, ególatras e sensíveis. Pode ser uma conjunção bizarra dos três, ou qualquer mistura dessas características, em qualquer proporção.

Arrogantes porque o próprio mundo dos modelos, e o seu insulamento do resto da realidade de RI (Empresas Juniores, setor privado, etc), leva-nos a crer que somos melhores, mais bem preparados, mais cultos, etc. É uma coisa que talvez acometa quem quer ser diplomata. Uma obsessão pela imagem, pela persuasão - que no fundo, nada tem a ver com o Itamaraty, e talvez nem seja tão diferente de outros "guetos" de RI ególatras porque, enfim, tudo gira em torno do maior (e melhor) país a se representar, do bom discurso, das palavras bem colocadas, do impressionismo.

Pro termo não ficar só no pejorativo, eu diria que a vaidade é uma das maiores características do estereótipo de modelista que se criou no Brasil (e não me tiro dessa, naturalmente). Não sei exatamente como a coisa é lá fora, mas pela minha pequena experiência internacional, com o WorldMUN, parece que a competição ego-driven é tão ou mais forte lá fora, em particular nos EUA.

E sensível porque, querendo ou não, há uma diferença entre quem participa de modelos (no universo mais amplo de RI) e quem não participa. Não é uma característica universal do modelista, ou do não-modelista. Mas quem vai a modelos costuma demonstrar maior interesse pelas questões internacionais, costuma ser gente aplicada, interessada e articulada; e, portanto, mais sensíveis ao "internacional", se podemos colocar assim.

De novo: não é denegrir quem não vai ou exaltar quem vai, mas me parece uma característica geral, que tem a sensibilidade como seu ponto bom, e com a vaidade - que pode degenerar para a arrogância, como já vi acontecer várias vezes - seu ponto potencialmente negativo.

CS: Entao é uma coisa do ambiente, que atrai essas pessoas?
GC: Modelos são um palco, acho que isso realmente atrai.

CS: Na sua geração, voces acreditavam num gap de gerações, ou já tinham ouvido falar de um? E como a geração anterior à sua comunicou com a de vocês?
GC: A minha geração veio depois de um gap, creio eu. Porque ela nasceu em decorrência do I MINI-ONU [2000], e sucedendo a geração de quem tinha organizado o evento. Mas perceba que, enquanto esses caras estavam no fim do curso, estávamos entrando no curso [Casarões entrou na faculdade em 2002]. Então é possível pensar que houve, aí, alguns semestres em que havia menos gente mobilizada para essa atividade particular. E aí, não sei se cabe levar o argumento pra esse lado, mas acho que essa geração se misturou com um processo de "profissionalização" do MINI-ONU, e muitos acabaram se perdendo.

CS: O processo de "profissionalização" do MINI-ONU foi ruim, perdeu-se gente por causa dele?
GC: Então. Por mais que a máquina MINI-ONU (falo do meu contexto próprio) nunca tenha parado, cada vez mais gente participava do MINI como forma de (1) ascensão acadêmica, por causa da pesquisa, da bolsa de iniciação, e/ou (2) ascensão social, dentro do curso, porque havia uma coisa de legitimação daqueles que participavam do MINI (claro, acompanhado por um processo de marginalização dos modeleiros, ou "Ioscers", por quem não participava e não gostava).

Mas o importante é dizer que houve, durante um bom tempo - não sei se ainda há -, uma identidade ligada ao MINI, a quem participava dele e etc, que era interessante no contexto do curso. Mas vale notar que muitíssimas dessas pessoas não iam a modelos fora do MINI.

CS: Como era possível um processo de legitimação do MINI com marginalização dos modeleiros? Era porque iam pro MINI os profissionais, enquanto os modeleiros faziam porque gostavam?
GC: Aí é que tá a coisa.. a profissionalização, que substituiu em grande parte o diletantismo dos "founding fathers", fez com que o MINI se tornasse algo de reconhecimento institucional, construindo, de alguma forma, essa legitimidade. E, com a crescente mobilização de pessoas para o staff, e em função dos novos alunos pro curso, o MINI, o evento, acabou virando um mecanismo de inclusão social e socialização no curso. Claro que havia aqueles que achavam uma bobagem, mas em número muito menor à medida que o volume de participantes internos ao MINI aumentava.

CS: Mas a velha geração modeleira, que estava formando quando você entrou. não entrou em contato com vocês? A entrada no MINI foi só pelo lance profissional?
GC: Muitos saíram quando estávamos entrando. Houve um contato, mas não muito sistemático. Os "apaixonados" pelo MINI, claro, apoiavam uma nova geração, uma galera "mini-ônica".

Mas olha o dado interessante. Quando houve o AMUN 2002 - tinha acabado de entrar a primeira geração de ex-delegados do MINI na PUC - uma delegação de novatos pegou o principal país que a faculdade representou naquele ano: Reino Unido, um P-5.

Então foi como se não tivesse havido transição alguma. Já começamos como a nova esperança, na falta de um termo mais brando pro que estava acontecendo. E já começamos no lugar dos "medalhões" que haviam ganhado um AMUN, ido a diversos modelos, à Turquia, etc.

CS: Aliás, o AMUN 2002 foi o lendário 5º AMUN. Todo modeleiro que foi fala com muitas e ardentes saudades. Eu desconfio que foi um grande bacanal. Houve muito sexo no 5º AMUN?
GC: É possível e provável. Mas, se houve, eu não estava no meio pra contar em mais detalhes... (risos). Eu, feliz ou infelizmente, fazia parte do grupo que ia a modelos mais pelo comitê que pela festança... não que eu não me arrependa disso em alguns momentos... (risos). Mas, sem dúvida, foi um modelo interessante. Foi o "cabaço perdido" pra muita gente que havia entrado comigo, o pessoal da geração MINI que estava doido pra ir a um modelo universitário.

Eu já havia ido - meio que na surdina - ao MONU 2001 e ao WorldMUN 2002, em março, mas realmente o AMUN foi a experiência derradeira.

CS: Porquê?
GC: Porque lá foi a celebração da turma multiestadual de modelos que andou junta até a aposentadoria da maioria, em 2005. Eu não me lembro de haver esse tipo de sintonia no WorldMUN, por exemplo. Acho que o pessoal começou a interagir naquele AMUN. E, mais adiante, no MONU 2002, que também foi ótimo.

CS: Em qual comitê você foi? [no 5º AMUN]
GC: Representei UK no Security Council. Foi uma experiência muito bacana, queria mostrar serviço - nesse sentido, a "minha" vendidagem consolidou-se ali, no sotaque britânico forçado para conferir realidade à representação.

CS: O TEMAS foi responsável por colocar "inovação" no regime de modelos no Brasil. Como foi criar o TEMAS?
GC: Eu penso no TEMAS como um parto. Doeu muito, consumiu muita energia e muita paciência, trouxe toda a sorte de stress até o fim do evento, mas o produto foi incrível. Porque ele foi a consolidação de um projeto que já existia entre a "velha geração" - a geração que deu a luz ao MINI. Porque havia um descompasso com relação à particpação da PUC-Minas em modelos, né? A PUC estava em todas, sempre muito bem representada, trouxe o WorldMUN 2002, bombou até lá fora, mas nunca havia feito um modelo universitário por conta própria.

CS: Verdade. Preferiu ser a 1ª a fazer um de Ensino Médio. Você, Shênia, Flávio, eram os mais velhos? A geração que criou o MINI não participou da criação do TEMAS?
GC: Sim. Acho que foi uma questão de timing. Fizeram o MINI, tinham a expertise, eram pessoas academicamente e pessoalmente fantásticas, mas não sentiram - creio eu - que era viável criar um outro modelo universitário, que competisse com AMUN e MONU. Depois, com a proliferação dos modelos universitários, com a ampliação dos simpatizantes, ficou mais fácil.

CS: E na época já tinha SOI, UFRGSMUN, e SiONU também.
GC: Mas ainda assim, o TEMAS foi restritíssimo em termos de delegados. Foram poucos participantes, menos do que esperávamos. Do TEMAS, só participou aquela geração. A geração mais velha, por razões óbvias - já eram profissionais, mestrandos, etc - já havia se afastado. E tem outra coisa. Tudo na PUC-Minas, pelo bem ou pelo mal, sempre foi muito concentrado na própria instituição. Então precisou uma geração nova para comprar a "briga" que foi o TEMAS - afinal, os benefícios institucionais de um modelo unviersitário, em comparação aos custos, não eram tão óbvios, ou não existiam em absoluto.

E, parece-me hoje, que o TEMAS só pôde nascer se ele servisse como um mecanismo de vazão das tensões do MINI, cada vez maior, cada vez mais demandado internamente, mas cada vez mais engessado institucionalmente. O MINI e o WorldMUN foram grandes propagandas institucionais. Foram ótimos para o curso de RI. O TEMAS não tinha essa característica. Ele era, simplesmente, a projeção de um desejo modelístico de um grupo. Não havia ganhos institucionais claros, então ele não surgiria sob argumentos fáceis.

CS: O TEMAS é a simulação-arte, moleque, não profissional. Este sábado mesmo o [Daniel] Queiroga me disse que o TEMAS não tem apelo comercial. Os comitês não atraem o público. O TEMAS é indie?
GC: De uma certa forma, sim. A diferença é que o indie virou mainstream, virou pop. O TEMAS não. A impressão que eu tenho é que ele só "fidelizou" aqueles que fizeram parte da minha geração e da imediatamente posterior. Mesmo com a emergência meio patética da "vendidagem" como uma forma de vida e como um objetivo a ser levado a sério - vide comunidade do MINI-ONU no orkut - o TEMAS não conseguiu captar essas pessoas. Exauriu-se em si próprio. Já estou há um bom tempo afastado do TEMAS, mas o número cada vez menor de delegados é sintomático.

Pode ser, obviamente, um fenômeno estrutural, um novo gap, uma entressafra fortíssima. Mas o TEMAS, por mais interessante que fossem os comitês, a temática, a concepção do evento, nunca conseguiu preencher todas as vagas, enquanto outros modelos - seja de médio ou grande porte - costumam conseguir até um certo excedente de participantes.

CS: O TEMAS teria mais gente se tivesse comitês mais normais? Se fosse mais hip-hop?
GC: Como espectador externo, penso que o TEMAS deve ser repensado, para não sair do indie e cair no emo, virar um "anti-modelo", ou mesmo sumir. Não acho que a coisas seja medida pela normalidade dos comitês. A concepção inicial pretendia pegar uma grande temática e desdobrá-la em coisas palatáveis para diversos públicos - temas de segurança, direito, estratégia, economia, direitos humanos, etc.

CS: E o que deu errado?
GC: Não sei se o TEMAS quis inovar demais, virar uma espécie de "freak show", com os comitês necessariamente mais loucos, mais inovadores, mais diferentes, enfatizando-se o fetiche dos diretores de comitê em detrimento de uma função pedagógica, de se trabalhar com a história e com um fio condutor específico das RI a cada ano. Mas eu realmente não sei se é isso que está acontecendo. É só uma impressão (distorcida) de quem está afastado do processo. Quando nós pensamos no TEMAS, lá em 2004, nunca passou pela minha cabeça vestir túnicas gregas e simular a ágora ateniense ou coisas do tipo. Acho que o TEMAS começou a se ligar muito na roupa, muito na forma, e tornar o conteúdo cada vez menos palatável. Não fomos capazes de encontrar um ponto ótimo para essa conjugação, que na teoria seria interessantíssima, mas não se reverteu em frutos para o futuro.

CS: No encerramento do TEMAS Da Guerra, fiz discurso em que sustentei um excepcionalismo da PUC-Minas, que venceu cinco das dez edições do AMUN e criou comitês incríveis. A PUC-Minas seria um Estados Unidos do Mundo dos Modelos, que ao mesmo tempo que tem qualidades e feitos, é arrogante e pode se isolar. E tem uma "campanha" de como devem ser os modelos. O que a PUC-Minas tem que as outras universidades modeleiras não tem?
GC: Não sei. Essa é uma pergunta difícil. Não sei se procede criar um "mito do excepcionalismo" em torno da história modelística da PUC, que foi boa, mas não foi, digamos, hegemônica. Salvo engano, nunca passamos nem perto de uma campanha fantástica no MONU, que é um modelo de peso. Acho que a PUC tem uma coisa, que são gerações sólidas. Numa metáfora futebolística, sempre tivemos grandes seleções. Talvez porque tivéssemos muita gente interessada e boa de serviço. Mas nunca fomos disciplinados, dedicados, sistemáticos. Falo por mim e pelo que eu sei da minha geração, dos meus contemporâneos. Nunca estudamos juntos para um modelo. A coisa era meio um "cada um por si" que dava certo.

CS: Lembro disso na nossa delegação da Argentina. [8º AMUN, 2005].
GC: Mas são seleções egoístas, fechadas em si próprias. Nunca fomos um "time", mas sim um aglomerado de gente boa.

CS: Nesse sentido, acho que a delegação da Indonésia, que chefiei no XAMUN, foi um avanço - quatro das sete pessoas nunca tinham ido a modelo universitário, e tivemos pelo menos quatro encontros aqui em casa.
GC: (...)

CS: Hoje você é professor em duas faculdades. Voce poderia ensinar mais e melhor seus alunos usando modelos?
GC: Eu tive essa experiência no meu début como professor. Fui contratado, inclusive, muito em função disso. Acharam interessante minha experiência, bastante sistemática, com uma área que é muito difusa, pouco acadêmica, pouco vinculada à realidade institucional.

A disciplina que se oferece [no curso de RI da] na PUC Minas, "modelagem e simulação", ensinou bastante nesse sentido, de mostrar como modelos podem ser, de fato, ferramentas pedagógicas, para se trabalhar com teoria de RI ou temas internacionais. Por mais que os modelistas saibam disso, modelos raramente são utilizados com esse propósito.

Uma vez li que modelos sustentam-se em três pilares: competição, diversão e aprendizado.
No Brasil, costuma-se privilegiar os dois primeiros, muito em parte em função daquele perfil do modelista, que discutimos. Então, quando fui contratado, uma das matérias que ministrei utilizou a simulação como ferramenta pedagógica, coloquei os meninos numa situação de negociação de soma zero, que eles tinham que resolver. E foi muito proveitosa. Até hoje eles se lembram com gosto das aulas, o que me deixa bastante realizado. Mas a aplicação de simulações ainda é muito precária. Não temos uma estrutura curricular, em grande parte das instituições, que comporte isso. Sem dúvida - e li isso em algum lugar também - o grau de absorção de conteúdo pelos alunos, quando colocado em prática pela simulação, é altíssimo.

Resta haver pessoas dispostas a transformar experiências acadêmicas em simulações de situações teoricamente montadas ou mesmo da vida real. Professores que tenham conhecimento e disposição nesse sentido, e instituições dispostas a aceitar esse tipo de abordagem pedagógica. Porque dá trabalho, é arriscado, tem que ser maturado com carinho.

CS: Fale mais dessa simulação de soma zero. Como foi?
GC: Foi uma experiência rudimentar, mais interessante. A disciplina que ministrei é sobre projetos de pesquisa. Resolvi instrumentalizar a pesquisa para ver no que dava. Cada grupo tinha que trabalhar com um aspecto da política externa brasileira (desenvolvimento, integração, segurança, meio-ambiente, direitos humanos, comércio, etc), fazer uma pesquisa bibliográfica sobre o assunto.

E, na segunda metade do semestre, eles faziam negociações representando supostas "secretarias" do MRE pleiteando um repasse de recursos para projetos patrocinados por elas. Tudo fictício, inclusive porque eu sei que não é assim que funciona o MRE. Mas fui obrigado a sacrificar a verossimilhança em prol da discussão orientada para o aprendizado. E deu muito certo, eles se divertiram, negociavam por baixo dos panos, faziam lobby, discursavam vigorosamente em defesa dos seus objetivos.

Nada muito diferente do que a política nos oferece. Mas, repito, foi um experimento rudimentar. Infelizmente, não teve continuidade. Mas quem sabe a coisa não pode ser pensada para uma outra geração que está vindo?

CS: É isso aí. Aliás, a UFRGS está rodando um projeto muito bacana, um curso de extensão que vai acabar atraindo novos modeleiros. Mas isso é tema de um próximo (para breve) post. Obrigado, Casarões!
GC: Eu que agradeço!!

8 comentários:

  1. Maravilhosa a entrevista, gostei muito. Viva Bighouses!

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  2. Excelente post!!! Gostei especialmente do trecho que fala do TEMAS. A mutação dos objetivos e do formato de cada Modelo ao longo do tempo é um assunto que dá pano pra manga. A SiEM e o MONU, aqui em São Paulo, passaram (e ainda passam) por processos semelhantes, embora em direções diferentes.

    Ah, e parabéns pelo primeiro ano de vida!

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  3. Excelente, cedÊ!
    da próxima vez, pergunte ainda mais sobre o sexo! (lol -- freak question)

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  4. Só pra não fficar só na sacanagem:
    Entrevistar o casarões traz à tona algo que eu pensei essa semana e que acho válido. Talvez seja muito interessante trazer o olhar e a experiência dessa galera que já não está mais no mainstream dos modelos (Casarões, Queiroga) pra lançar um olhar crítico e ajudar a trazer uma melhora pro sistema, if you know what I mean.

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  5. Muito legal a entrevista, Cedê! Faltou dizer que Casão foi também o primeiro brasileiro a ser SG de dois modelos ao mesmo tempo...

    Engraçado. Eu poderia jurar que Chico Dudu chamou Grandes-Maisons de vendido não apenas no comitê, mas também na segunda festa daquele AMUN. Não a Festa Cultural, mas a balada seguinte. Enfim, isso não muda nada.

    Concordo que a vaidade é tão ou mais forte nos MUNs estrangeiros do que na Modelândia Brazuca. Mas os modeleiros brasileiros são um pouco diferentes. Eles são muito mais teatrais.

    Interessante a reflexão sobre o TEMAS. Eu faço uma analise meio diferente: acho que a simulação-arte se deslocou gradualmente dos universitarios para os secundaristas. Percebam o contraste entre o TEMAS, que continua otimo mas não consegue atrair muitos delegados, e o sucesso crescente dos modelos que ocupam o mesmo espaço no Ensino Médio - principalmente SiEM (que antigamente era apelidada justamente de "Mini-TEMAS"!) e SIMUN, mas também grande parte do proprio MINI-ONU e alguns comitês da ONU Jr, Forum FAAP e SiNUS. A ONU esta fora de moda entre os secundaristas.

    (ok, eu sei que a SIMUN é mista, mas salvo engano os secundaristas são a maioria dos delegados)

    Não sei explicar exatamente o motivo disso. Uma maior abertura de espirito entre o pessoal mais jovem, talvez? Seja como for, esses modelos bizarros para secundaristas, juntos, estão asfixiando o TEMAS. O pessoal simula o Politburo, o Concilio Vaticano ou o Senado Romano aos 16 anos, e fica meio cansado dessas maluquices modeleiras ao entrar na faculdade. Acho que o TEMAS precisa levar isso em conta.

    Casão diz não achar que "a coisa seja medida pela normalidade dos comitês". Pedagogicamente ele tem toda a razão do mundo, mas acho que os delegados discordariam. Os delegados se preocupam com seus proprios comitês. Se o modelo tem um tema transversal ou não, se existe coerência acadêmica entre os comitês, quase ninguém se importa. Infelizmente.

    Em compensação, algo me diz que muitos lendarios modeleiros ainda vão se tornar professores, seguindo os passos do pessoal do Debatedouro (Casarões, Feldman, Carlos Frederico e cia), todos prontos a sistematizar o que aprenderam e praticaram em MUNs. A longo prazo, isso certamente vai ser muito saudavel pra Modelândia e pro ensino das Relações Internacionais no Brasil.

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  6. Napô, dois ótimos pontos. O delegado não se importa com o tema, mas com o comitê; e temos e teremos professores modeleiros.

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  7. Em tempo: "Faltou dizer que Casão foi também o primeiro brasileiro a ser SG de dois modelos ao mesmo tempo..."

    Talvez, Napô, você esteja correto no que tange ser SG de dois modelos no mesmo ano. Mas dois fatos:

    1. Stricto sensu, o TEMAS não tem SGs, mas Coordenadores de igual hierarquia;

    2. Em Brasília já tivemos casos de pessoas que foram SGs da SiNUS e do AMUN, embora não no mesmo ano.

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  8. A ACUNHA SAIU NA FESTA DE ZOAÇÃO. NO COMITE ERA PURA ARMA DIPLOMATICA. AFINAL EU ERA LIBIA (TINAH Q SER MALUCO). PO CASAO TA ME CHAMANDO DE ARROGANTE? LOGO EU? QUE SEMPRE FUI CONTRA PRÊMIOS, MESMO QD GANHEI. VC MAIS DO Q NINGUEM SABE QUE O TERMO ERA PARA ZOAR, MAS Q DEPOIS VIROU VERDADEIRO PQ O Q TINHA DE DELEGADO NOS MODELOS SEGUINTES Q SÓ QUERIAM PREMIO FOI FODA....
    CASÃO EXIGO RETRATAÇÃO DA ENTREVISTA!!

    QUERO SER ENTREVISTADO TB!

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