quarta-feira, 17 de junho de 2009

O Modeleiro Viajante, parte II

O Modeleiro Viajante é uma série de posts que tratam da incrível experiência da ida (e, quiçá, volta) a um modelo de fora do estado. Leia o primeiro post aqui.

Eu odeio viajar de ônibus. Até mesmo dentro no Rio de Janeiro, prefiro usar o metrô e seus R$ 2,80 de passagem – na minha época de calouro (2007.1), R$ 2,25 – a pegar um ônibus. Não me compreendam mal, com a exceção de algumas companhias, a grande maioria dos coletivos cariocas está em bom estado de conservação. Todavia, nunca fui muito fã do transporte coletivo rodoviário em geral.

A grande maioria dos modeleiros que viajam para fora de seu estado escolhe a rodoviária como ponto de partida de sua jornada, muitas vezes por conta do preço convidativo das passagens. Mas, convenhamos, o transporte rodoviário interestadual no Brasil é a maneira menos eficiente para se locomover num território destas dimensões. Deixando de lado as preocupações ambientais com gasto de combustíveis fósseis, as estradas são ruins, os ônibus, lerdos e a infraestrutura viária, péssima.

Todavia, não existia muita opção para nós, modeleiros de orçamento limitado. Até hoje lembro que, para conseguir uma passagem com preço razoável, era necessário comprar com alguns meses de antecedência, e ainda assim era caro. As opções de empresas aéreas também não eram lá grandes coisas: depois da falência da Vasp e Transbrasil, ficamos por algum tempo apenas com Varig e TAM de grandes empresas, e apenas após o estabelecimento da Gol com 100% de sua operacionalidade tivemos esperança de uma concorrência séria. No auge da crise variguiana, em 2006, fui de Varig para a SiNUS, em Brasília, sem saber se ia conseguir voltar.

Mas, graças a Kelsen, isto vem mudando. Desde o início do ano, com a entrada no mercado brasileiro da Azul (com o mesmo fundador da JetBlue americana, David Neeleman), uma companhia low-cost, low-fare utilizando jatos Embraer (pra frente Brasil!), nota-se distintamente uma boa redução no preço das passagens. Para ir ao TEMAS Oriente Médio, de Belo Horizonte, paguei pouco mais de R$ 150 pela passagem ida e volta na Gol/Varig (e ainda fiz couch-surfing modelístico). Ainda que eu tenha aproveitado uma das promoções “o chefe ficou maluco” que eles fazem de vez em quando, essas oportunidades têm ficado cada vez mais freqüentes e generosas em seus termos e preços. Isto ao ponto da Azul oferecer o trecho Rio-SiEM por míseros R$ 79.

Boeing 737-800 Short Field Performance, especialmente adaptado para operar no Santos Dumont.

Além disso, temos no Rio de Janeiro uma concorrência entre aeroportos. Para os que ainda não tiveram o privilégio de visitar a Cidade Maravilhosa (o ONU Jr está chegado, aproveitem!), saibam que temos dois aeroportos – o Santos Dumont, localizado no centro da cidade, e o Galeão (Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim), na Ilha do Governador. Com a recente liberação de outros vôos além da ponte aérea no Santos Dumont, houve uma redução das taxas cobradas no Galeão, de modo a compensar a distância do centro da cidade.

Em suma, com a queda dos preços e a concorrência entre empresas aéreas, o custo-benefício das passagens aéreas é infinitamente maior do que o das passagens de ônibus. Afinal, eu prefiro mil vezes mais pagar R$ 79 e passar uma hora dentro do avião do que pagar R$49 e apodrecer 6 horas dentro de um ônibus.

Camaradas modeleiros, o que é mais importante: custo-benefício ou puramente o preço? Com a queda das passagens, aumentará a vinda de modeleiros do norte/nordeste/sul a modelos do eixo Rio-SP-BH-BSB? Inversamente, aumentará a ida de modeleiros destes estados para outras regiões?

Acompanhem os próximos capítulos da série. No próximo post: chegamos, e agora?

4 comentários:

  1. Claro que o mais importante é o custo-benefício. E essa facilidade está aumentando muito a participação de delegados "de primeira viagem", o que enriquece muito as simulações.

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  2. Azul em BSB ainda vai levar um tempinho, agora em POA desde a Azul são outros tempos.

    Fui para o Temas desse ano e consegui uma passagem ida e volta pela Oceanair, vôo direto POA-CNF-POA por 249,00.

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