quinta-feira, 15 de outubro de 2009

É Deca!



Não, não estou falando da fabricante de acessórios de banheiro.

Mais importante que a Copa do Mundo de 2014, muito mais importante do que as Olimpíadas de 2016, o Brasil foi escolhido para uma das vagas não-permanentes do Conselho de Segurança 2010-2011!

Mais uma grande vitória da nossa nação/potência emergente, conquistada a sangue, suor e lágrimas no campo de batalha da Assembléia Geral da ONU, certo? Ahm... Not really, no.

Como grande parte das votações/eleições que acontecem no âmbito de variegadas organizações internacionais, esta também era um jogo de cartas marcadas. Os cinco canditados (Bósnia e Herzegovina, Brasil, Gabão, Líbano e Nigéria) não tiveram nenhum concorrente direto às suas respectivas vagas regionais, e todos foram eleitos com esmagadora maioria de votos (o mais votado foi Nigéria, com 186 votos, e o menos votado, Líbano, com 180).

Há de se convir que não é surpresa vermos o Brasil eleito para o UNSC mais uma vez. Junto com o Japão, nosso país é o que mais vezes foi eleito para o Conselho de Segurança (10 vezes, contando com essa). E, afinal de contas, pleiteamos uma vaga permanente desde a Conferência de São Francisco.

Além disso, caso nossos leitores tenham acompanhado a Abertura da 64ª AG aqui no Representatives of the World, notaram que 9 entre 10 discursos de chefes de Estado/governo – desde nosso estimado Líder da Revolução Coronel Muammar al-Qadhafi até o presidente Nicolas "tô pegando a Carla Bruni" Sarkozy – mencionavam a necessidade de reforma do Conselho de Segurança para se adequar aos novos tempos.

Isso não significa, é claro, que a eleição foi uma barbada. Com certeza essa "candidatura única" do Brasil, que entrará na vaga da Costa Rica, é o resultado de uma pesada negociação por trás dos panos, e nossos diplomatas merecem todo o crédito pela eleição. Já dizia Milton Friedman que não existe almoço grátis – e com certeza a comida na mesa do UNSC é mais cara.

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