domingo, 6 de junho de 2010

O Livro Vermelho do TEMAS

Passaram-se mais de três anos desde que este blog teve um de seus momentos de maior efervescência. Naqueles tempos eu, escondido, observei muito caladinho a modelândia discutir a si mesma, revestida de uma surpreendente capacidade de autocrítica. Um jornalista deu o primeiro passo, há anos atrás, agora outro jornalista volta ao assunto.

Pra quem não sabe do que eu estou falando, refiro-me ao post "Porque o TEMAS vai acabar." O post foi publicado, repercutiu violentamente, provocou uma retratação do autor e continuou repercutindo. Agora, tendo assumido a coroa do czar, acho razoável dar o pontapé inicial pro debate, naquele mesmo molde. É importante frisar que o cenário da modelândia brasileira é outro. O TEMAS, modelo que serviu de base para o post, passou por mudanças brutais. Muitos dos modeleiros envolvidos no debate já não simulam mais, outros hoje são diplomatas, inclusive, e isso talvez seja assunto para um post futuro.

Hoje o TEMAS é um modelo independente. Muitos outros modelos no Brasil seguem esse formato, e a SiEM é um grande exemplo disso. Temos frutos excelentes dessa independência: não ter as amarras institucionais que limitavam o modelo em muitos aspectos é o principal deles. Mas amargamos muitas dificuldades por isso. Conseguir patrocínios é difícil. Tocar uma conferência acadêmica sem o respaldo de uma instituição acadêmica é ainda mais complicado. É uma opção que o modelo fez para si. O assunto volta frequentemente à pauta nas mesas do Stadt Jever e das outras choperias de BH onde os temáticos se reúnem. Nossa realidade é essa, escolhemos assim.

Hoje o TEMAS é, também, um modelo aberto ao estrangeiro. É mais fácil tomar essa decisão quando a única instância institucional que precisamos consultar somos nós mesmos. Na última edição tivemos só um diretor não-mineiro. E aqui preciso abrir um parêntese.

Ao escrever essa sentença me dei conta do quanto esse conceito se transformou radicalmente desde o post do Cedê. Antes, os estrangeiros eram os não-Pucminórios. Hoje, os estrangeiros são os não-mineiros, porque os estudantes de fora da PUC-MG são uma parcela muitíssimo expressiva do Staff do TEMAS. Basta dizer que no secretariado do TEMAS 7 só existe um aluno da Pontifícia. No ano passado, os externos eram quase 50% do staff. Este que vos fala, agora Secretário-Geral, é aluno da UFMG. Como o TEMAS deixou de ser um modelo daquela universidade e escolheu tornar-se o modelo das Minas Gerais, é bastante razoável que essa abertura seja uma característica da sua formação. Fecha parêntese.

Passada essa enorme introdução, quero revisitar os tópicos originais que o Cedê criou. São quatro. Sejam pacientes, vale a pena.

1. A proliferação desenfreada de modelos continua sendo uma realidade. Os colégios com alunos muito interessados estão firmes em suas convicções de manter os modelos internos, alguns já com seis ou mais edições. Modelos maiores também continuam a surgir. Faço parte do staff de um deles, que criou muita polêmica na modelândia do Sudeste, mas está lá, firme e forte, e dá todos os sinais de que vai acontecer: o SPMUN.

O TEMAS já não tem mais o monopólio dos comitês ousados, já que a SiEM se profissionalizou no assunto. Esse tipo de comitê, apesar de tudo, continua sendo um enorme desafio para nós, já que precisamos mediar relações com os delegados que ainda torcem o nariz para a volta ao passado e gostam mais do tradicional. Queremos ser o parque de todas as brincadeiras.

O post me lembra aspectos que, infelizmentem já não fazem mais parte da realidade temática. Uma delas são os artigos. Fazer uma publicação acadêmica em um modelo independente é complicadíssimo, por motivos que nem sequer é necessário listar. Apesar disso, o TEMAS ainda se esforça para fazer guias bastante aprofundados e trabalhados. Acredito que estamos no caminho certo, dentro das nossas possibilidades. O desafio agora é avançar. E esperar pra ver até onde vai essa proliferação de modelos.

2. Bairrismo. Agora estou pisando em um terreno bastante complicado, vamos lá. O TEMAS tem orgulho de ser o TEMAS. Não é à toa que achamos o máximo ver o Celso Amorim usando o pin do evento [mesmo sabendo que ele só vestiu a jóia porque era um triângulo das Minas Gerais, ele certamente mal faz idéia do que é o TEMAS =P], que andamos por aí carregando bandeiras de Minas e somos inteiramente devotados ao modelo que é nossa casa. Mas estamos nos esforçando para mudar o enfoque do bairrismo que afastou tanta gente. Nossa idéia é trazer muitos e muitos para isso que criamos e achamos tão extraordinário, e não apartar o mundo daquilo que é só nosso.

Apesar disso o TEMAS ainda amarga aquela mesma imagem que o Cedê descreveu no post original. É um modelo difícil? Não, não mais que os outros. Sabe-se lá porque o evento ainda tem essa etiqueta, mas tenho certeza que já perdemos muitos delegados por causa dessa dificuldade. Ouvi isso da boca de pelo menos um deles: Não vou ao TEMAS porque é um modelo difícil. Como lidar?

A renovação é uma bandeira explícita do Cedê. Ele sempre 'militou' por um mundo de modelos mais aberto aos novatos, por abordagens que abram mais portas para os neófitos. É daí que vem, por exemplo, este didatismo sugerido. É daí que vem também a montagem da Senate Simulation. Modelos ainda resistem muito em alterar suas formas mais básicas. Como renovar, então?

De casa posso dizer que o Secretariado, desde o TEMAS 5, [digo isso por estar por dentro da coordenação desde então e, por isso, conhecer as estratégias] se esforça para estar aberto tanto àqueles que nunca discursaram, nem sequer na frente do espelho, até os MUNfreaks com quarenta modelos. Selecionar comitês, planejar divulgação, tudo é orientado por essa dupla pegada.

3. Contra a maré. Problem solved. Nosso modelo une as duas maiores faculdades da cidade. Ainda temos um grande centro de RI em BH que precisa ser integrado, e sobre isso o futuro se pronunciará. Precisamos dos modeleiros de outras cidades para dizer como está a integração institucional em suas terras.

4. A Bomba. Bem vindos ao futuro. A bomba explodiu. Hoje é muito comum CHEGAR AO MINI-ONU com quatro modelos. O do seu colégio e alguns outros da cidade. É perfeitamente possível, no maravilhoso mundo dos modelos internos, ser diretor aos dezesseis anos, Secretário-Geral aos dezessete e chegar à modelagem no Ensino Superior com dez ou quinze modelos na vida. Deturpação? Banalização? Não sei. Ainda não tive tempo de balancear o quanto isso influencia na compreensão que delegados hiperexperientes têm do que é a modelagem e simulação ou dos assuntos que discutimos nos modelos. Não sei sequer se eu mesmo domino razoavelmente essas compreensões. Mas a realidade é essa. Qual o impacto disso pra nós, todos nós, modeleiros?

Sobre o disclaimer que o Cedê fez na retratação, não vou me pronunciar. Quero deixar claro que usei o post como uma alavanca para desenvolver algumas análises. Não quero entrar nas questões institucionais de outrora, porque eu não fazia parte daqueles debates e dava meus primeiros passos na modelagem em Ensino Superior no momento do post. Essas questões institucionais hoje são outras, inclusive. E, como ele mesmo diz na retratação, o TEMAS está sendo usado como um ícone para pensar a modelagem nos país todo, repercutir as diferenças e observar as semelhanças. Como ficamos?

Encerro o post por aqui, porque já ficou grande demais. Por demanda, posso fazer uma continuação. Recebam aí os mais intensos abraços do Editor/SG =D.

14 comentários:

  1. Li o post antigo do Cedê, e nas previsões por ele proferidas, estava claro que existia naquele grupo de pessoas uma identidade PUC Minas. Para o bem ou para o mal, a tão alardeada nova geração chegou (da qual faço parte) e inclusive já botou a mão na massa e muito claramente essa percepção se alterou pelas alterosas. Hoje existe a identidade dos mineiros (ao menos para os que estão envolvidos na organização).

    Além disso, como as coisas tendem a acontecer em ciclos, é possível dizer que o auge da inovação passou, em algum momento ali entre 1 a dois anos atrás, iniciou-se o movimento pelo retorno da essência dos MUNS's, as simulações de organizações internacionais vinculadas à ONU.

    Como disse o mesmo, o Cedê é uma pessoa difícil de se entender, apesar de as coisas terem caminhado para um lado que ele talvez fosse favorável, suas previsões naufragaram. Mas não fique triste cedê, Bill Gates errou quase tudo o que previu 15 anos atrás.

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  2. "[mesmo sabendo que ele só vestiu a jóia porque era um triângulo das Minas Gerais, ele certamente mal faz idéia do que é o TEMAS =P]"

    Não, não.

    Eu expliquei o que era o TEMAS (e o quão lindo era o TEMAS) e, como ele já havia visitado o AMUN poucos meses antes (após eu ter explicado o que era o evento), Celsão sacou na hora.

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  3. Abner, as previsões do Cedê deram foi muito certo, na verdade. Se vocÊ reparar no final, ele faz sete afirmações e diz claramente: "Eu discordo de todas essas teses. E vocês?" eu mesmo posso refutar as sete, uma por uma.

    É isso.

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  4. Farei apenas um rápido comentário sobre a seguinte passagem:

    Uma delas são os artigos. Fazer uma publicação acadêmica em um modelo independente é complicadíssimo, por motivos que nem sequer é necessário listar.

    Todos sabemos das complicações de uma publicação acadêmica. Essa é uma tradição que, com raras exceções, já foi abandonada nas simulações.

    Ocorre, porém, que a tecnologia pode estar ao nosso lado. Hoje, e cada dia mais, o conceito de print on demand se tornou mais popular. Para quem não sabe, a idéia é bem simples: publicar livros por unidade, de boa qualidade e por preços bastante acessíveis.

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  5. Excelente post, Pedrozêra. Curti mesmo.

    Fui reler meu post de maio de 2007. Já se foram mais de 3 anos!

    O que aconteceu foi o seguinte:

    Eu vi um cenário se desenvolvendo no futuro. E esse cenário eu acertei 100%.

    Mas aí eu vi o TEMAS indo prum lado. E nisso eu errei 100%.

    As pessoas que assumiram o TEMAS após sua desvinculação da PUC Minas souberam mudar totalmente o rumo, que era o do bairrismo pucminório de RI.

    Hoje o TEMAS não se importa com o curso que você faz. Nem com a faculdade. Para ser Diretor nem precisa ter sido Diretor, basta ter sido delegado de um modelo.

    E é por isso que o TEMAS vai para sua sétima edição.

    Parabéns, e das vidania!

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  6. Achei bastante interessante esse contraste entre os textos do Cedê e do Nogueira. Considerando que na data de publicação do primeiro eu sequer imaginava que cairia nesse mundo de modelos, achei curiosas as afirmações. O Cedê disse tudo. Previu 100% de toda evolução dos modelos nesses 3 anos. Vim a conhecer o TEMAS em 2009, então não vivenciei essa parte mais "PUC-Minas" da história do modelo. Porém ler esse texto para mim foi uma grata surpresa, pois ele esbarra justamente na minha história no TEMAS. Ter sido Diretor Assistente em um modelo fora da minha terra natal (para os que não sabem, sou carioca) foi um prazer incrível. E melhor ainda saber que vivencio essa fase de abertura do TEMAS aos diretores não-mineiros e de fora do cenário de RI, bem como o Cedê defendia. Acredito que tenha correspondido ao nível de exigência que o TEMAS cobra de seus diretores. Por isso fico extremamente agradeciso aos mineiros do TEMAS por incluírem um "estrangeiro" no seu staff e espero que essa iniciativa continue, pois vejo que atualmente os modelos estão rompendo barreiras geográficas, tanto com seus delegados como com seu staff.

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  7. Nogueira, um excelente texto que certamente rende muito pano para manga. Certamente fico orgulhoso de ver modelos independentes, como a SiEM e o TEMAS, triunfarem. Todos sabemos, como você bem disse, da dificuldade de arrumar patrocínios. Temos também os problemas com o orçamento mais curto, entre outros. Além da dificuldade – pelo menos da SiEM e imagino que do ONU Jr também, já que nos voltamos para o Ensino Médio – de atrair delegados derivado de posições férreas que certas escolas adotam: impedir a participação de alunos do primeiro ano por serem “imaturos” ou então impedir que alunos do terceiro se inscrevam em modelos por causa do vestibular. Mas então não existem alunos de 16 anos menos maduros do que alunos de 15 anos? Está correto uma escola tolher a liberdade de escolha, desta forma, de seus próprios alunos? A escola deve se preocupar tão obsessivamente com o vestibular assim? São questões que escapam à esfera modeleira e, muitas vezes, são delicadas em nossos investidas de sair por aí para angariar delegados.
    Quanto aos comitês mais ousados, acho que muitos delegados preferem até mesmo mais os temas históricos out of the box do que os tradicionais padrão ONU. No mínimo, deve dar empate, hehe! Essa história de facilitar o “método” das simulações, a fim de abrir as portas aos neófitos é uma discussão extremamente válida, mas prefiro entrar nela mais tarde. Preciso me inspirar! Por fim, apenas digo que não me sinto na capacidade de entrar na discussão do tópico 4, ao menos da maneira adequada, dado que comecei a minha vida de modeleiro tardiamente, apenas no terceiro colegial. Cheguei no AMUN 2008 – o meu primeiro modelo de Ensino Superior – com duas simulações na bagagem apenas.
    Quanto ao primeiro post do Cedê, concordo totalmente com a opinião do Napoleão: modelos devem ser plurais e abertos às experiências de todos, as mais diversas possíveis. Apenas assim um modelo pode se enriquecer. A autarquia não é a solução. Apesar de eu nunca ter presenciado de perto, sinto que a SiNUS pode se encaminhar para isso.
    Meus abraços a todos e, especialmente, à tróika do Secretariado do glorioso TEMAS 7: Rússia! Do qual serei delegado! :D

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  8. Peraí, peraí, o TEMAS 7 vai ser Rússia? Vou ter que rever minha aposentadoria.

    Enfim, voltando ao tema (trocadilho) do excelente post nogueiresco, eu tive uma discussão parecida, embora menor em âmbito, com o camarada JP ano passado, quando éramos do Secretariado do VII ONU Jr.

    Basicamente, tivemos a mesma idéia ao mesmo tempo: MUNs, ao nosso ver, estavam sempre em um processo de auto-superação, resultando em temas e comitês cada vez mais complexos. Para isso, basta constatar que, no ONU Jr., a última vez que eu lembrava de ter existido um comitê da AG da ONU foi em 2005, com o DSI. Com isso, é certo, alienávamos grande parcela dos newcomers. De outra parte, nos tocamos que a ojeriza à repetição de temas antigos era infundada. No caso de MUNs de Ensino Médio, a cada 3 anos, todo o público se renova. Ora, não há porque não revisitar um CSH com o tema Malvinas só porque, há quatro anos atrás, houve um igual. A próxima geração geração deve ter a oportunidade de discutir os mesmos temas "manjados" que tínhamos: ODMs, terrorismo internacional, desenvolvimento sustentável, cooperação sul-sul, etc.

    Venhamos e convenhamos, é complicado um MUN chamado "ONU Jr." simular poucos órgãos da ONU, mas é este o caminho que estamos trilhando: este ano, de ONU temos apenas os tradicionais CSH e UNSC e, com alguma elasticidade do conceito "órgão da ONU", a AIEA. Não viso aqui a crítica, mas a mera constatação de uma situação.

    Já disse diversas vezes que minha primeira simulação foi o III ONU Jr., em 2005, e nela adentrei tendo apenas lido o guia de estudos do meu comitê (nem a Carta das Nações Unidas li). Não fazia a mínima idéia do "que raios é este negócio de soberania dos Estados que as pessoas estão falando?". Falta, hoje, um comitê no qual possam participar delegados que nós, sentados em nossas torres de marfim universitárias, taxamos injustamente de "ignorantes". Apenas assim poderemos despertar neles a vontade de saber mais, de pesquisar, para, quem sabe, em outra simulação, terem uma participação melhor. Eu posso estar errado, mas não acho que um delegado de primeira viagem tenha know-how suficiente para ser Barack Obama no G8, ainda mais no ONU Jr., já que as realidades dos comitês são interligadas.

    Não gosto de argumentações veladas, então aviso que sou bastante a favor deste dito "redescobrimento" das raízes dos MUNs. Não me compreendam mal, TOEs, Altas Cortes de Jerusalém e Crises de Berlim são sempre bem vindas para atrair aqueles delegados hardcore, mas é mister mostrar a um novo público o trabalho de órgãos da ONU, ou corremos o risco dos participantes brazucas do GMUN 2015 acharem que ECOFIN é um comitê ecológico.

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  9. Glorioso Philip,

    aí relembro a opção do UFRGSMUN, que sempre foi a de simular o feijão-com-arroz MUITO bem feito!

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  10. Está nos meus planos uma jornada a Porto Alegre antes da minha aposentadoria (tentei nos últimos dois anos, mas não consegui). Talvez consiga esse ano. :)

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  11. Muito obrigado a todos pelos comentários, estou mito feliz pela repercussão do post. Em breve vou responder a todos.

    De antemão quero dizer que esse comentário do Phil foi simplesmente brilhante, tô impressionado e assino embaixo de cada palavra. Excelente mesmo.

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  12. Eu, acredito que quando bem feito, com amor e dedicação, o modelo tem tudo para ir bem, alguns comitês agradam e outros não o problema que tínhamos em vários modelos era, ou cair na mesmice, ou perder cada vez mais espaço.

    Acredito que superamos os problemas, hoje, semi-aposentado, posso dar algumas certezas, participo do Onu jr, por amor, ao modelo e a Natalye, ao TEMAS por que gosto de ser delegado em coisas malucas, e gostei de idéia da SiEN...mas fora isso...to aposentado hahaha. o que mais me deixa feliz é ver numa garotada...a vontade de fazer um bom trabalho e a competência de faze-lo.

    Boa sorte ao TEMAS e a todos os outros modelos desse Brasil.

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  13. Prezados,

    O grande problema do TEMAS é acontecer nas mesmas datas da SiNUS, para o povo de Brasília.
    A impressão que tenho é que dos delegados da UnB, aqueles que teriam
    mais interesse em participar do TEMAS são justamente os que mais se envolvem na SiNUS, ou seja, os que
    têm na bagagem umaforte tradição modeleira de ensino médio.

    É isso
    Abs.

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  14. A impressão que sempre tive do Temas é que era um modelo controlado por tudo que sempre desprezei em simulação. Panelinhas, egos inflados -díssimos, bairrismo, etc. Mas, principalmente, uma crença internamente aceita de que o temas bem como seus organizadores são melhores que os/dos outros modelos do Brasil. Também a crença de que deveria ser perpetuado no temas aquele grupo nobre, ou acabar com o modelo pra que ele entrasse para a história como o melhor modelo do universo - incluindo as outras galáxias e qualquer possibilidade de vida inteligente (mesmo em pandora). E sinceramente acho que isso só mudou no Temas 5. E a tentativa impedir a realização do Temas 5 por parte de alguns membros do staff do temas 4, incluindo secretários, corrobora isso.

    Aprecio um temas encabeçado pelo nogueira. Reconheço nele alguém que busca diversão na simulação, sem abrir mão do trbalho bem feito. Se o temas foi bom, foi pelo trabalho das pessoas que por lá passaram. E não pela superioridade do Temas, da puc, de minas, ou de qualquer coisa, como alguns querem crer. Tem gente que leva simulação tão a sério que a transforma numa carreira cuja dinâmica é competir. O temas nunca teve prêmio, mas teve as mais ferrenhas batalhas de ego que vi em toda minha vida.


    A excepcionalidade da puc minas não é a mesma dos EUA. Diferente dos EUA, o "seleto grupo de modeleiros da puc minas" não percebeu que a pretensão de ser melhor não é suficiente para sê-lo. Sem contar ainda a relatividade que o termo melhor impõe.

    Fui convidado, delegado e diretor no Temas e observei o que digo com algum desprezo, mas com convicção. Não sou "aposentado" pq simular nunca foi uma carreira para mim. Ou você se aposenta de ir à boate?


    O temas teve que se colocar na posição que a "seleção temas" sempre desejou: ou continua conosco ou acaba. Felizmente ele se tornou independente, não da puc, mas desse grupo que é seleto porque se selecionou. E que bom que ele continua firme aí.

    E se as motivações da seleção era entrar pra história, eles conseguiram. Com bons trbalhos, não se pode negar. Mas boa parte dos membros dessa "seleção", na minha cabeça e na de muitos com quem já compartilhei, entram sim na história das simulações como alguns dos grandes babacas da modelândia brasileira. Grandes. Grandes motivos para catalisar desinteresse nas simulações.

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