terça-feira, 8 de maio de 2007

RETRATAÇÃO: Leia isto antes de "Porque o TEMAS vai acabar"

Eu errei.

Admito, e faço aqui um rascunho de retratação.

Antes de você ler o post anterior, que não foi editado nem o será porque isso sim seria desonestidade e/ou censura, leve em conta tudo isto, que eu deveria ter levado em conta antes no texto e irresponsavelmente não levei:

1) A culpa não é dos alunos - a Constituinte do TEMAS, e seus membros e ex-membros, não é formada por broncos bairristas ignorantes, como eu muito jornalisticamente pude fazer parecer.

Em maior parte, o bairrismo e as dificuldades em ter Diretores externos advém de um problema político: uma grande concentração de poder deliberativo no Depto. de RI e sua dificuldade em enxergar todos os benefícios de gente de fora. Muitos dos organizadores do TEMAS estão mais que conscientes do potencial de seus delegados e de modeleiros de todo o Brasil; devem barganhar com professores que jogam duro.

2) NÃO É SÓ O TEMAS - O TEMAS é um ícone, e ademais eu posso falar dele porque já trabalhei em duas edições. Contudo, todos os pontos do texto valem para todos os modelos do Brasil que se fecharem - o que está muito longe de ser o caso do TEMAS, que no mínimo pode dizer que já teve uma edição com um terço dos comitês com Diretoria estrangeira. Meu texto, pegando o TEMAS para Cristo, traz uma imagem deturpada de uma conferência, sem atentar para todas as panelinhas que existem Brasil afora.

Tudo o que foi dito no texto, contudo, vale para todos os modelos do Brasil - proliferação de modelos, gerações experientes chegando do Ensino Médio, modelos em outras faculdades que não RI e Direito, etc.

3) The floor is still open - o blog permanece aberto para publicar réplicas, e claro, comentários.

Peço desculpas pela desonestidade cometida no texto anterior.

Permaneço aberto para feedbacks, críticas e retratrações.

13 comentários:

  1. Um dia, todos os jornalistas admitirão seus erros com a mesma rapidez.

    Um dia, um dia...

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  2. Esses dois posts, além de extremamente "inadequados" pq a relação do TEMAS com o Dept de Ri da PUC Minas é algo que tem que ficar entre o TEMAS e o Dept de RI da Puc Minas, exageram absurdamente a importância de diretores externos.

    Parte-se do pressuposto de que os diretores "internos" não serão capazes de acompanhar as inovações "modelísticas", que as pessoas que participaram de modelos de ensino médio vão querer continuar participando de modelos e que estes diretores externos realmente terão algo para adicionar ao modelo e conseguirão escrever guias de estudos e ter uma moderação boa sem ter participado de treinamentos acadêmicos. Todos esses pressupostos são questionáveis.

    Aceita-se a idéia de que diretores externos são necessários para que um modelo não morra, mas até hj eu não vi esse tão sonhado diretor externo de outro curso (biologia, medicina, etc) que, mesmo não tendo experiência na organização de um modelo, conseguiu fazer um super comite. O siem e o modem são citados como experiências de modelos onde existe diretor externo, mas convidar diretor externo experiente é muito diferente de aceitar uma proposta de um diretor externo desconhecido e sem experiência.

    Acho que ter diretor externo é uma coisa boa sim, mas não a qualquer custo.

    Por último, essa "retratação" ficou incrivelmente longe de retratar todas as imprecisões, indelicadezas e distorções do post anterior. Admitir um milésimo de um erro é fácil. A alusão ao nazismo - "O TEMAS não quer nem isso, o Diretor de fora não pode nem mesmo apresentar um projeto, mesmo lado a lado com um PUC-Minas (ariano)." - foi possivelmente uma das coisas mais ofensivas que eu já li em um blog.

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  3. Estou impressionada com tal rapidez. Muito bom isso!

    Primeiro gostaria de colocar que em momento algum esses dois posts me pareceram inadequados. Creio que cada um tem o direito de expôs o que pensa sobre qualquer ponto. Ainda mais quando se deixa espaço aberto para qualquer tipo de cometário e/ou crítica.

    Sobre a questão de diretores inexperiêntes de outros cursos que não RI, realmente essa é uma zona perigosa. Mas em momento algum disse ou quis dizer, que isso deveria ser aceito a todo e qualquer custo. O que quis colocar é que um diretor com outras vivências e conhecimentos podem vir a colaborar e muito pra um Guia mais técnico!

    Sobre a retratação em si, acho que muita coisa ficou mais clara com esta. Como o Napoleão disse, esse tipo de coisa é o preço que se pode ter pagar quando um modelo é institucionalizado. Cabe a organização do TEMAS tentar fazer com que este grande modelo não perca sua essencia!

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  4. Eu acho que a discussão é benéfica pois toca em um ponto crucial, e ainda não abordado nesse blog: existe a meia-vida dos modelos? quanto tempo um modelo dura? e se isso tudo pode parecer absurdo, deixe-me por em termos práticos: os modelos brasileiros estão fazendo um bom trabalho de transição? passar aos novos o bastão, e mandar a velharada toda pro asilo, participando só como convidado de luxo?

    Alguém gostaria de comentar algo a respeito?

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  5. Igor, concordo em parte. Claro que o TEMAS possui o direito de cuidar sozinho de seus assuntos internos. Nisso os MUNs são soberanos como os Estados. Mas acho que a atitude de fechar as portas a qualquer crítica ou sugestão externa, para sempre manter as aparências, pode ser contraproducente.

    Na época da Babá Egípcia, nós (Pereira, Fê Perez, eu, etc), mesmo sendo diretores do MONU, criticamos o modelo publicamente por seus erros. Criticamos MUITO, aliás. Até organizamos um comitê rebelde (a UNPO) que contestava praticamente todos os padrões e normas do MONU. Algumas pessoas nos atacaram por isso, dizendo que "quem é do modelo tem que vestir a camisa". O tempo mostrou quem tinha razão...

    Mas eu sei que a situação do TEMAS é bem diferente.

    Também acho que diretores externos devem ter experiência modelística, mas esse não pode ser o critério único. Já vi alunos externos com apenas um ou dois MUNs nas costas, porém inteligentes e esforçados, e que foram excelentes assistentes. Não é dificil medir isso num processo de seleção. Basta ver as atividades paralelas que o sujeito já fez e marcar uma entrevista.

    (Direito é mesmo "externo"? Uns 40% ou mais dos modelistas brasileiros estudam Direito, eles empatam com RI!)

    Em tempo, concordo sobre o treinamento de moderação: deve ser obrigatório para todo diretor, interno ou externo, ainda que no final das contas isso não seja o atributo mais importante de um diretor. Bem, depende do tipo de comitê.

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  6. Artur: excelente pergunta. Eu não tenho a menor idéia da resposta. Conheço apenas um caso de extinção de modelo no Brasil, o BRMUN de Florianopolis, que ocorreu em 2002 (ou foi 2003?) e depois desapareceu sem deixar traços. Acho que todo modelo gostaria de ser eterno, mesmo que nem sempre exista viabilidade para continuar.

    Transição de MUNs velhos pra novos? Não existem modelos velhos no país, eles têm no maximo 9 anos! Acho que substituir um modelo por outro apenas faria sentido em situações MUITO raras e especificas. Quase sempre é mais facil reformar o modelo antigo.

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  7. Bom, como uma das poucas (isso pq são poucas mesmo!) pessoas de fora do mundo RI/Direito que vai a modelos acho td (ou quase td)q o Cedê colocou nos posts é válido! Acho q o foco foi o TEMAS, pq afinal de contas ele tem propriedade pra falar do mesmo, ou supõe-se q ele tenha. Cometeu excessos, mas se retratou! Melhor do q nada!
    A questão dos diretores de fora é delicadíssima, mas tentem pensar pelo lado de cá!
    Eu comecei a ir em MUN no ensino médio e não optei por fazer RI. Isso quer dizer q ponto final e acabou!? Estou fadada a ser delegada forever? Ou que só pq um outro que escolheu RI seria/é mais competente, saberia mais de regras ou tem a capacidade de pensar em um comitê melhor do q eu q faço Geografia!?
    Acho q os outsiders podem e têm muuuito acrescentar, esse ano mesmo vou ser assistente na SiEM! E aparentemente é a única oportunidade q eu conheço em que posso participar alguma vez como staff de modelo! Acredito q nós que fazemos outros cursos e q vamos a MUN somos tão aficionados quantos vcs graduandos de RI/Direito, então pq nos privar da experiência completa de um modelo (ser tanto delegado como staff)!? Seria mais uma chance de aumentar o público de MUN's, e injetar sangue novo, novas visões e perspectivas.

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  8. Concordo com os pontos colocados pela Luiza. Afinal é justamente isso que o diretor externo tem a trazer mesmo e foi a idéia ao abrir. O diretor externo tem um potencial enorme para contribuir, porém existem perigos que tem que ser levados em consideração, principalmente a questão do treinamento acadêmico que, em muitos casos, simplesmente não pode ocorrer. No caso da SiEM, por exemplo, no limite, poderiamos treinar os 4 membros do staff que são de BH, eu, o Cede, a Amanda e a Luiza. E uma das preocupações principais da Constituinte do TEMAS sempre foi em levantar questões que dizem respeito a diretores externos que não são experientes ou mesmo, calejados, na modelolândia. Justamente porque estes poderiam entrar sem que os outros membros do staff saibam do que aquele indivíduo é capaz. É muito mais fácil agregar ao seu modelo uma pessoa que tem um currículo extenso do que uma pessoa qualquer que foi em 1 MINI-ONU em 2005, por exemplo. Mas como bem colocou o Napoleão, entrevistas podem resolver isso.

    Os excessos do Cede foram, principalmente, ao retratar de forma errônea os debates que ocorreram tanto na Constituinte, quanto internamente ao TEMAS. Muitos aspectos do desenho institucional do TEMAS passam pelo vinculo institucional com o Dpto de RI e os alunos estão sempre em contato com o Dpto de RI para poder solucionar os problemas que surgem.

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  9. Cada um tem o direito de expor o que pensa sobre qualquer ponto, concordo, mas a pessoa perde esse direito quando inventa várias informações, distorce uma centena de outras e abusa - não cabe aqui colocar porque, mas apenas levantar esse fato - do acesso a informações privilegiadas.

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  10. A discussão sempre é válida, as pessoas tem direito de apresentar seus pontos de vista, discordar e defender suas opiniões. Mas como eu já disse antes em outro comentário e como o Igor ressaltou muito bem no comentário dele, existem aspectos do TEMAS ou de qualquer outro modelo no Brasil que, muito sinceramente, acredito que não devem ser "publicizados". Ainda mais quando esses aspectos não são trazidos ao debate de maneira fidedigna. Desse modo, discussão, debate ou qualquer coisa, se tornam extremamente infrutiferos, incomodos e ate mesmo indelicados.

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  11. Primeiramente, acho que o mundo dos modelos não gira mais (e já faz algum tempo isso) entre os estudantes de RI e Direito. Existem excelentes delegados e diretores que cursam economia, por exemplo. Acho que esse negócio de quem participa de modelo é porque faz ou irá fazer RI é coisa de 10 anos atrás.

    Acho que a idéia deveria ser voltada para a inserção de mais interdisciplinaridade nos modelos (vide idéia dos tradutores para o curso de Letras). Creio que a decadência do nível de criatividade dos modelos atualmente pode ser explicada também (mas não unicamente) pela falta de mais idéias externas.

    Tenho que concordar com o Cedê e aqueles que falaram que isso não é apenas uma questão do TEMAS. Aqui em Brasília, muitas universidades particulares estão tentando criar e sustentar modelos mas que, infelizmente, por muitas razões (desde a falta de apoio da instituição até a ausência de interesse dos alunos), não passam da segunda ou terceira edição. Então, adicionando essa informação ao comentário do Napoleão, não somente o BRMUN de Florianópolis, mas muitos modelos tentam nascer e crescer, mas no final acabam extintos. Mais ou menos como as pequenas empresas hoje no Brasil.

    Eu acho que a discussão sobre os diretores externos é extremamente válida e a abertura das questões internas para o debate auxilia aqueles que pensam em criar modelos a evitar os mesmos problemas que hoje os modelos tradicionais enfrentam.

    Afinal, esse blog foi feito pra auxiliar, não é? ;)

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  12. Eu concordo com o que foi colocado que é extremamente válido ter diretores externos que façam cursos diferentes. E gostaria apenas de esclarecer que, em momento algum o posicionamento de membros do staff do TEMAS foi contra diretores de outros cursos, como pode ter parecido. O que estava sendo discutido era quais os pré-requisitos, em termos de experiência em modelos e simulações, seria melhor exigir para proponetes a diretoria que não fossem do curso de RI da PUC Minas. E isso também não foi pensado, de maneira nenhuma, baseado numa suposta "superioridade ariana" do pessoal da PUC Minas, mas sim nas dificuldades advindas de se ter um diretor de fora. Em muitos casos, por serem de outras cidades e mesmo estados, diretores de fora não conhecerão seus assistentes até a conmferência, não poderão participar de treinamentos acadêmicos (o mais grave) e etc. Dessa forma, a preparação desse diretor seria bastante "deficiente" em comparação à preparação que os diretores internos normalmente recebem. Isso sem contar que, independentemente dos benefícios advindos de diretores de fora, a coordenação de um comitê com pessoas geograficamente separadas é por si só indiscutivelmente mais difícil. Ou seja, a nossa única preocupação é garantir a qualidade dos diretores do TEMAS.

    Outra coisa, é claro que o diálogo e a integração entre modelos são muito produtivas e temos muito a aprender uns com os outros. O que achamos que não cabia aqui era colocar pontos que são exclusivamente da esfera interna do TEMAS, como por exemplo, a relação dos alunos com o Departamento de RI. E aqui não é uma questão de fecharmos as portas a sugestões para manter as aparências. Suponhamos, por exemplo, que um Secretário Geral postasse no blog sobre as dificuldades que está tendo porque o seu sub-administrativo não está fazendo nada, ou um diretor postasse reclamando do Secretariado do modelo do qual faz parte... eu não vejo como a exposição de coisas dessa natureza poderia ser positiva.

    Fora isso, estaremos sempre abertos ao diálogo e a sugestões, que são sempre mto bem-vindas!

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  13. Thiago, você se refere ao SimulREL? Eu estava mesmo curioso para saber o que houve com esse modelo.

    Pensando com mais calma, é possivel lembrar de varios modelos "regionais" (contesto essa nomenclatura) que nascem, desaparecem e reencarnam com freqüência. Em Curitiba existe um modelo assim, acho.

    A morte de modelos acontece de forma mais discreta quando não envolve a Ivy League da modelagem brasileira (o triângulo das PUCs, UnB, USP, UFRN, UFRGS, etc), mas é sempre um fato muito grave.

    Este blog nasceu simplesmente com um espaço informal de bate-papo entre modeleiros, mas acho que muito do que estamos discutindo pode ajudar os jovens MUNs, sim.

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