terça-feira, 1 de março de 2011

Hinos do Mundo - Capítulo 1: O Hino Nacional Brasileiro

Começo hoje uma série sobre os hinos nacionais do mundo. Não sei quantos capítulos vai ter a série, ou com que frequência ela deve aparecer por aqui, mas acompanhem comigo a curiosidade pelas canções pátrias. Eu tinha o hábito de, assim que saía a designação de países pra um modelo e eu descobria quem ia representar, procurava saber como era o hino. Foi assim que aprendi a Marselhesa, o hino da União Soviética, entre outros. Como bom aspirante a Delegado do Brasil, começo a série pelo mais belo dos hinos: o nosso!

Não me lembro quando foi que aprendi a cantar o hino nacional, mas sei que foi muito cedo. A primeira lembrança patriótica que tenho é de 1994 [nasci em 1987], quando, sentado no pátio da escolinha, as professoras ficavam falando de Pátria e Brasil e sobre a importância dos símbolos nacionais. Ganha um doce quem descobrir porque especificamente neste ano. Falo no fim do post. Fui estudante de escola pública durante muito tempo e eu me lembro, também, que o Hino vinha impresso na quarta capa de todos os livros que recebíamos, assim como alguns cadernos brochurão. Devo ter uns em casa até hoje, daquela época.

Fui construir uma relação de admiração pelo Hino Nacional só mais tarde, depois de 1999, no Colégio Militar. Sargento Andrade, regente da Banda, deu uma palestra sobre o hino e nos ensinou a cantá-lo sem os errinhos comuns. Aprendi direitinho: "Nossa vida NO TEU SEIO mais amores". "Conseguimos conquistar com BRAÇO FORTE", no singular, bem bonito. Há outros, mas fiquemos nesses. Foi lá que aprendi, como locutor das solenidades, a anunciar os compositores do Hino. "Convidamos os presentes a cantarem, junto com a tropa, o Hino Nacional Brasileiro, letra de Joaquim Osório Duque Estrada e m;usica de Francisco Manuel da Silva".

A versão mais atual do Hino Nacional foi oficializada em 1971 pelo então presidente, General Médici. Descobri duas coisas na [pasmem] Wikipedia, vamos lá. A primeira é que houve um concurso para o novo hino nacional, logo após a Proclamação da República. A versão vencedora não teve boa recepção popular e foi adotada como o Hino à Proclamação da República, sendo mantido o Hino Nacional antigo - que também é o que cantamos hoje, datado de 1922. A segunda curiosidade que descobri por lá é que já houve uma letra para a introdução do hino. A gravação é muito ruim, mas vale a pena ouvir.

Conheci muitos hinos e, não só por patriotismo, o Brasileiro é meu favorito. A letra exalta a independência e a pátria sem recorrer aos motivos da guerra, que são comuns em Hinos Nacionais. Apesar de não evocar o conflito, nosso Hino lembra que estaremos prontos para ele se for necessário: "Verás que um filho teu não foge à luta/Nem teme, quem te adora, a própria morte." A composição é muito elegante, destaca a grandeza e as riquezas do país.

Eu poderia recorrer a uma interpretação militar, que é o que provavelmente farei com os próximos hinos, mas escolhi compartilhar com vocês uma artista que gosto muito. Elza Soares cantou o Hino Nacional na abertura dos jogos Pan-Americanos no Brasil em 2007. Ela é muito estranha, confesso, mas é uma performance muito forte e expressiva. Assisti à apresentação no dia, pela TV, e foi muito emocionante. Aproveitem o som e até o próximo hino.

P.S.: ignorem os comentários do Galvão Bueno no final.



3 comentários:

  1. Faltou a interpretação histórica da Vanusa.

    Ótimo post, camarada!

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  2. Não apenas por considerar o nacionalismo mais que um desvio, uma doença, não tenho amor algum pelo hino brasileiro. Considero, aliás, uma vergonha possuirmos um hino, que não pode ser cantado propriamente pela maioria absoluta da população brasileira. É herança dos tempos em que o povo era oficialmente composto por cidadãos de segunda classe. Uma letra tão hermética e empolada só acrescenta à imagem de República de Bananas, como tantos outros elementos de nossa tradição republicana.

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  3. Vamos ver se eu ganho um doce mesmo.
    Você disse que as professoras estavam falando sobre a importância dos símbolos nacionais lá no pátio de sua escola, certo? Justo no ano de 1994... Até aí nada errado, não é? E justamente por quê? Eu acho que adivinho: era ano de Copa do Mundo!
    É sempre assim: nosso nacionalismo só aflora em ano de Olimpíadas (e olhe lá!) e em ano de Copa de futebol. Eu acho uma pena termos um hino tão belo e expressivo com um povo não tão patriota.

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