Deixemos para mais tarde as
explicações sobre quão lindo é simular, como amamos a modelândia, como é
gostoso ter sua resolução aprovada e todas as festas (que realmente são
sensacionais) que o mundo MUN promove e sejamos objetivos: dentro das quatro
paredes do comitê, quais incentivos os jovens de Ensino Médio têm atualmente
para participarem de modelos de simulação?
Quem nunca quis esganar um
delegado que passou metade da sessão (para não dizer o modelo inteiro) rindo
nas redes sociais de outros assuntos, mandando mensagem para a tia, avó,
papagaio e peguete, dormindo, se abstendo nas questões procedimentais (não
façam isso, pessoas, é realmente irritante) e ignorando sua revisão de regras,
além do trabalho extenso que é montar um comitê de qualidade? Pois é.
Percebi até o ano passado um
número cada vez maior de alunos que participavam de MUNs apenas pelo
certificado no fim do evento ou almejando, de forma não saudável, a amada e
odiada (falaremos sobre isso depois) Menção Honrosa. Com exceção de diversos
modelos internos que, por serem mais diminutos, tendem a possuir delegados mais
interessados que estão diretamente envolvidos na organização do próprio evento;
os modelos brasileiros estavam, até 2012, bastante fadados a um futuro monótono
e com pouco estímulo à renovação de modeleiros do Ensino Médio com qualidade.
Entretanto, em diversos modelos
no ano de 2013 houve de certa forma uma reenergizada nos motores e observo
delegados animados e pró-ativos se adentrando na modelândia. Já ouvi teorias
sobre salto de geração modeleira, sobre a inércia dos jovens da primeira metade
da década de 90 e acho que não justifica. Acredito que o que está atraindo os
novos modeleiros é a integração que as redes sociais estão propiciando para os
meninos (e meninas) que podem debater e perguntar para modeleiros de todo o
Brasil (e até do mundo!) sobre a modelândia e suas maravilhas.
O esforço iniciado por diversos
modelos pioneiros há alguns anos para a atualização periódica dos blogs de
comitê, páginas do facebook, twitter, e-mail e qualquer outra forma de contato
viraram tradição nos modelos e hoje é essa mudança na postura que ora repudiava
o delegado que ficava nas redes sociais durante a simulação e agora o estimula
a utilizá-las de forma saudável para o próprio andamento da simulação o que
movimenta a nova geração de modeleiros do Ensino Médio. Os posts com gifs e
bordões tornam mais leve a relação entre staff e delegados, garantindo assim
mais liberdade para perguntas e dúvidas e, ao mesmo tempo, mais convergência na
transmissão clara e objetiva das mensagens intencionadas. O delegado que antes
ia para o tumblr rir sobre um gif da novela ou do jogo de futebol encontra hoje
no blog do MUN ou do próprio comitê gifs sobre o seu comitê que ele apenas
entenderá se souber do que se trata o tema e estiver antenado nas discussões.
Os próprios delegados baseiam seus “dele’s” em fenômenos da internet, como por
exemplo, dele-troll, dele-carminha, dele-foreveralone, dele-chatiado, e por aí
vai. Eles mesmos querem fazer parte desse processo de criação para que seu
comitê seja “o melhor” e, portanto, ficam atentos a toda e qualquer gafe
cometida pelos delegados, diretores e outros membros do staff (ninguém escapa)
para transformá-la no próximo sucesso midiático do MUN.
Dessa forma, a grande micareta de
nerd, como a modelândia é carinhosamente chamada, se transformou em uma grande
rede de integração e compartilhamento de informações através de gifs, páginas
no facebook (já viram o Spotted: MUN Brasil no face? Corram lá!) e penso com
esperança no potencial dos novos modeleiros que já lotam minha caixa de e-mail
e meu inbox querendo informações, material e esclarecimentos, e prometendo
“quebrar tudo” no comitê.
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