quarta-feira, 22 de abril de 2009
Dicionário modeleiro

Comitê – A organização sendo simulada. Pode ser uma organização permanente, como o Conselho de Segurança ou a Assembléia Geral da ONU; ou um evento, como o Congresso de Viena, a Paz de Versalhes, e a ECO-92. Um mesmo modelo geralmente simula vários comitês, cada um numa sala diferente.
Chefe de delegação – Aluno que lidera a delegação da escola ou universidade. Responsável por ir nas “reuniões de chefes de delegação”, durante o evento.
Cláusulas operativas – Numa resolução da ONU, as cláusulas numeradas, que compõem a segunda parte do texto. Começam sempre com verbos no presente do indicativo (Decide, Condena, Urge, Pede, Convida...).
Cláusulas preambulares - Numa resolução da ONU, as cláusulas não-numeradas no começo do texto. Começam sempre com verbos no gerúndio (Considerando, Reafirmando, Ressaltando, Tendo em mente...).
“Conselho” – Termo informal, usado pelos iniciados, para se referir ao Conselho de Segurança da ONU.
Crise – Quando o Diretor do comitê interrompe o fluxo normal dos debates para apresentar aos delegados uma situação fictícia, que deve ser resolvida com urgência.
Delegação – Grupo de alunos, em geral todos de um mesmo colégio e/ou universidade, que representam o mesmo país.
Delegado(a) – Aluno(a) participante de uma simulação. Um delegado pode encarnar o papel de diplomata, ministro, chefe de governo, secretário, etc.; dependendo do comitê. Todo delegado, sem exceção, participa de um único comitê durante o modelo.
Diretor(a) – O aluno(a), normalmente universitário, que conduz a simulação, media os debates, e escreveu o Guia de Estudos.
Diretor(a)-assistente – O aluno(a), normalmente universitário, que auxilia o Diretor.
Documento de posição (oficial) (“DPO”) – Documento redigido pelo delegado que expressa a posição de seu país. Deve ser entregue no primeiro dia do evento (às vezes, antes). Normalmente tem uma página.
Documento de trabalho – Texto, em qualquer formato, redigido durante a simulação por um ou mais delegados, e distribuído a todos os demais. Às vezes chamado erroneamente de “documento provisório”.
Emenda – Texto curto com o objetivo de modificar um projeto de resolução em pauta.
Gabinete – Diz-se do comitê em que os delegados não representam diplomatas de diferentes países, mas políticos e/ou burocratas de um mesmo país. Ex: “Gabinete do Lula”, “Gabinete do Nixon”.
“Guia” ou “Guia de Estudos” – Texto redigido pelo Diretor que introduz os três assuntos que todo delegado deve estudar: o comitê, o tópico, e a política externa de seu país. Em círculos cada vez mais restritos, também é chamado de “manual”.
Lista de países – Tabela no site do modelo com todos os países e posições disponíveis em cada um dos comitês. Países importantes estarão presentes em todos ou quase todos os comitês, exigindo grande número de alunos inscritos.
“Mesa” ou “Mesa Diretora” – O Diretor e seus assistentes.
Modelândia – Termo usado pelos iniciados para se referir ao cenário das simulações da ONU no Brasil como um todo.
Modeleiro – Aluno que frequenta e entende muito de modelos.
Modelo – Evento, com duração de um a cinco dias, voltado para alunos do Ensino Médio ou universitários, que simula organizações políticas. Cada aluno representa um país numa diferente organização, e cada organização tem uma agenda com um ou mais assuntos pré-determinados.
Modelo misto – Modelo que admite, como delegados, tanto alunos secundaristas quanto universitários.
Modelo universitário – Modelo que admite, como delegados, apenas alunos de graduação ou pós-graduação.
MUN – Sigla em inglês para Model United Nations, modelo das Nações Unidas. Utilizada nos nomes de muitos dos modelos no Brasil e no mundo.
“Pí fáive” (P-5) – Forma abrasileirada de se referir aos permanent five, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU: Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China. Estão sempre entre os países mais concorridos, mais pedidos pelas escolas e universidades.
Prêmio – Certificado ou condecoração, conferido pelo Diretor, ao delegado ou delegados que mais se destacaram, no amplo sentido da palavra. Não existe em todos os modelos.
Projeto de resolução (ou “proposta de resolução”) – Documento formal, escrito por um grupo de delegados, com o objetivo de ser aprovado por votação no comitê, tornando-se uma resolução.
Resolução – Geralmente é o resultado final dos trabalhos do comitê. Documento formal com as decisões do comitê sobre o tópico discutido. Toda resolução deve ser votada pelos delegados. O número de votos necessário para aprovação varia para cada comitê.
Secretário(a)-geral – Aluno(a), quase sempre universitário, que chefia a organização do modelo como um todo.
Sessão - Uma reunião do comitê. Um modelo normalmente tem entre quatro e nove sessões, ao longo de um a cinco dias.
Staff – A equipe que trabalha no modelo.
Simulação – O mesmo que modelo.
Tópico – O assunto que o comitê vai discutir. Alguns comitês têm dois ou mais tópicos na agenda, mas são a minoria, especialmente em modelos para Ensino Médio.
Vendido – Termo usado pelos iniciados para se referir ao delegado que gosta de chamar a atenção, quer muito ganhar o “prêmio”, tem retórica muito boa, ou é simplesmente chato.
Veto (ou “Poder de veto”) – Capacidade de certos países, em certos comitês, reprovarem uma resolução sozinhos, mesmo contra maiorias esmagadoras.
Desfazendo a má fama nos modelos
Como abordado num post recente, é da índole humana julgar e manter idéias sobre o outro. Há, nas relações internacionais a Teoria Cognitiva, puxada da Psicologia, para estudar este tipo de comportamento em negociadores, independente da esfera (Organizações Internacionais, empresas transnacionais, Estados etc).
Então, sabe aquele cara chato ou aquela menina insuportável que você conviveu num comitê da AMUN anos atrás? Ou aquele Diretor que nunca te reconhecia num debate moderado na UFRGSMUN? Ou mesmo quando você era Diretor e achava melhor ignorar aquele delegado fanfarrão, em prol do seu tão suado guia de estudos?! Como encarar esse sujeito no próximo modelo?
É de dar um suadouro quando se vê um mala numa cerimônia de abertura e você não sabe se ele pode estar no seu comitê. E se ele estiver? E se ele for seu "aliado"?
A Teoria Cognitiva, diz que há uma tendência nessa construção de imagens negativas do outro. Tanto por causa de situações específicas, quanto por motivos inerentes àquela pessoa. Erros recorrentes também podem levar a "picuinhas eternas" entre as partes. O que não significa que se aquele delegado que você achou um porre defendendo os Estados Unidos no CSNU num modelo passado, seja também um porre defendendo os Estados Unidos no CDH hoje. Fatores externos (como a política externa concernente a certos temas) e fatores internos (como o gosto por determinados assuntos por tal delegado) podem levar a resultados diferentes.
Sendo assim, a persistência das imagens negativas podem se dar por vários motivos, como a própria tendência humana de uma pessoa se achar sempre mais correta do que a outra, por falhas de interpretação do discurso alheio ou mesmo não gostando da cara da pessoa.
Concordo que realmente tem gente que não gostaria de ver em comitês que eu participaria nunca. Mas vale muito a pena sair da sala, deixar a imagem do delegado chato pra trás e ver que o "delechato" pode ser, na verdade, uma pessoa bem legal. Afinal, os momentos fora de comitês podem ser muito mais frutíferos do que cessões empacadas (um coffee break ou um get together num quarto de hotel).
E se a pessoa for mesmo um pulha, há de se ter paciência. Apoiar quando tiver que apoiar (no caso de um aliado), escurraçar quando for conveniente. Porque na vida, sempre existirá um maldito Berlusconi te infernizando (e a vida imita os modelos - ou os modelos imitam a vida?)!
quinta-feira, 16 de abril de 2009
segunda-feira, 13 de abril de 2009
AMUN é hoje também o maior modelo universitário do Brasil, visto que a décima edição do MONU, que normalmente teria acontecido em dezembro de 2008, não foi realizada.
Está muito difícil prever qual país terá maior destaque no XIIAMUN. Há uma série de tópicos regionais. Vejamos os sete comitês:
- African Union Peace and Security Council
Topic A: The Africanization of the Security Framework: Challenges and Prospects
Topic B: The Situation in Somalia and the African Union’s Response
- ECOFIN Topic A: Financial Crises and the Role of Regulatory Regimes for International Financial Flows Topic B: Economic Sanctions as Tools for Political and Economic Coercion
- UN Conference on Sovereignty and Self-Determination (CSDD) Topic: Rights of self-determination within the United Nations System
- Human Rights Council Topic A: The Indian Caste System and the Issue of Untouchability Topic B: Intercultural and Interreligious Dialogue for a Culture of Peace
- Organization of American States
Topic A: The balance between order and justice – the human rights guarantees from authoritarian to democratic regimes
Topic B: Crime persecution and human rights guarantees
- United Nations Security Concil Topic: Cooperation between the United Nations and Regional Arrangements in the Prevention and Resolution of Conflicts
- World Health Organization Topic A: Drugs: The Boundary between Licit and Illicit Topic B: The Cultural Dilemmas Behind Ilicit Drugs
A Somália é outro país que pode bombar bastante, desde que seja membro do CPS da UA, algo que não tenho certeza (mas talvez o AMUN decida tê-la como membro convidado). Pode fazer pontos também na CSSD, comitê aliás em que o prêmio talvez seja o mais concorrido. Por quê? Porque na CSSD o destaque não irá necessariamente para os P-5, exceto China e Rússia, que têm separatistas mais ativos. A CSSD é o comitê onde os astros são países como Espanha, Indonésia, Bolívia, e trocentos países africanos. Espero também uma intensa atividade Israel-Palestina, e, se esses dois delegados forem bons, podem polarizar o comitê inteiro pra esse debate e subverter toda a universalidade do tópico!
Se tivesse de chutar delegações com grande potencial no AMUN, querendo fugir dos óbvios P-5, recomendaria: Bolívia (OEA, drogas, auto-determinação), Líbia (muçulmano, africano, ator no Oriente Médio e cadeira no CS), Colômbia (drogas, OEA) e Venezuela (idem). Há potenciais bons espaços para Índia e Somália, e o Canadá pode surpreender no ECOFIN (sofre muito pouco com a crise, bom sistema bancário) e em outros comitês, como CSSD e OEA.
Toda esta especulação fiz sem a lista de países, que ainda não saiu. Fato é que as inscrições abrem em 15 de maio, e o AMUN acontece de 13 a 17 de julho, pela segunda vez consecutiva no Instituto Rio Branco.
It's fun to stay at the A-M-U-N...
quarta-feira, 1 de abril de 2009
A ideologia "por trás" dos modelos


We want to stress this idea by proposing a sort of politically informed post-mortem in which we describe the odd challenges of producing social commentary into a playable form.
Video games are intrinsically opaque texts due to their double nature of source code and playable software. Certainly the source code is the strictest manifestation of the algorithm, but it is generally unavailable or unintelligible to the player (...) There is no definitive way for the player to assess that a certain output is triggered by a certain input".
