quinta-feira, 17 de abril de 2008

Dez motivos para manter a premiação em modelos

Adorei o post anterior e concordo com vários dos pontos. Não acho, contudo, que a questão seja "é melhor" ter ou não ter. Minha filosofia, no caso dos prêmios, é que eles trazem vantagens e desvantagens. Tê-los ou não é uma escolha.

Da mesma forma, não acho que comédia é melhor que drama nem vice-versa, tampouco que pizza é melhor que sanduíche. Acho impossível dizer qual é melhor. Acho que comédia, drama, pizza, sanduíche, têm todos seus momentos.

Então vamos a motivos para que VOCÊ, leitor, adote prêmios no SEU modelo.

Motivo 1 - Prêmios criam vendidos

Prêmios estimulam o surgimento de vendidos, e isso é ótimo. Foram vendidos os que:

a) criaram o hábito de chamar o Diretor de "Sr. Presidente", como se faz na vida real, e não de "Diretor" ou "Mesa";
b) trouxeram documentos de posição realistas e parecidos com seus equivalentes reais;
c) chamaram a atenção para o fato de que há mais coisas entre o Céu e a Terra do que produzir resolução;
d) trouxeram para o debate resoluções obscuras e impediram a criação de órgãos e fundos quando os tais já existem,

dentre outros muitos benefícios.

Falo aqui, claro, do vendido cordial brasileiro, e não vendido na definição dada em Vargas (2006).


Motivo 2 - Prêmios estimulam a competição entre indivíduos e formação de lideranças

Prêmios estimulam pessoas a falar mais. A conversar com os delemudos e trazê-los para o debate. A tomarem lideranças. A botar a coisa pra frente. A continuar discordando e insistir em impasses mesmo quando já encheu o saco. Competição positiva faz muito bem: basta comparar a Alemanha Ocidental com a Oriental, a Coréia do Sul com a do Norte.

A competição não é sempre atomista. Delegações vendidas se aliam. Os árabes; o mundo livre; os não-alinhados; os latinos do Foro de São Paulo; Londres e Washington; os OPEPs; o Mercosul, etc. E isso é realista, e bom.

Pense nos comitês que você foi e em quem ganhou prêmio. Note a freqüência com a qual aliados ganham prêmio juntos.

Motivo 3 - Prêmios estimulam "dream teams"

Prêmios estimulam pessoas empolgadas a buscarem outras pessoas empolgadas e a formar a "melhor equipe possível" da universidade. Em muitas ocasiões, isto tem o péssimo efeito colateral de interromper qualquer ciclo de formação de novos delegados e solidificar uma panelinha. Não obstante, algumas poucas delegações muito motivadas, especialmente de países-chave, podem fazer muito bem a um modelo.

A rivalidade entre grupos pode também ser saudável e positiva. O Galo joga muito melhor quando o adversário é o Cruzeiro.


Motivo 4 - Prêmios obrigam Mesas a avaliarem delegados

A melhor forma de avaliar delegados que já vi é o relatório da SiEM 2007. Também conhei boletins bons ou razoáveis em outros modelos (4º MINI-ONU, SiNUS, modelos da UNIR).

Mesmo reconhecendo isto, levo em conta dois fatores.

Primeiro, é mais coerente e socialmente aceitável que universitários avaliem alunos de Ensino Médio do que outros pares.

Segundo, alguns modelos não têm recursos humanos, experiência, ou capacidade de avaliarem muitos delegados em vários aspectos detalhados. Isto será tanto mais verdade quanto mais equiparados os delegados forem (todos péssimos ou todos ótimos), quanto mais delemudos existirem, quanto menos freqüentes forem os debates não-moderados, quanto mais delegados existirem no comitê, quanto mais gritantes as assimetrias entre os países, e quanto menor for o staff.

Por isso, prêmios podem ser a única forma plausível (ou a mais plausível) de avaliar os delegados.

(Pode-se argumentar que, ceteris paribus, quando as assimetrias entre os países são MAIS gritantes, é melhor usar os boletins do que os prêmios. Concordo.)

Parece mas não é.


Motivo 5 - Prêmios podem gerar resoluções e/ou resultados melhores

A competição entre indivíduos e grupos estimula uma redação melhor. Mais coerente com os textos de verdade, e mais coerente com as capacidades do comitê. Também cria mais pontos de veto e assegura que não será qualquer bobagem que vai ser aprovada, a menos em caso de lideranças excepcionais que forcem cláusulas goela abaixo porque têm a maioria necessária.

(Case in point: SpecPol UFRGSMUN 2007, no qual eu, como Irã, me dei muito mal, porque o eixo Washington-Paris-Sionistas levou o comitê na coleira, feliz. Pensei em mais dois casos no qual este motivo 5 não deu certo exatamente por causa do funcionamento do comitê, mas aí basicament
e é o motivo 2 em ação).

Motivo 6 - É possível criar e manter critérios coerentes de premiação
ou:
Prêmios criam "modelos" nos modelos


Prêmios criam modelos, role models, exemplos de conduta, tradições. Tudo isso parece péssimo: gera estrelismo e solidifica práticas nem sempre razoáveis.

Contudo, modelos e tradições também são bons, porque provém orientação às pessoas. Eles permitem responder à desesperada pergunta: "interessei e vou prum modelo. Mas o que vou fazer lá?"

Os modelos que nós queremos e criamos - os exemplos que resolvemos premiar - dizem muito sobre o comportamento que nós queremos ver em modelos. E embora nem sempre o premiado corresponda a isso, queremos acreditar que queremos delegados que estudam bastante antes, conversam também com delemudos, encorajam pessoas, são geralmente polidos, negociam nos não-moderados (e não só falam bonito), trabalham com afinco, conhecem o comitê (e não só o tópico e a política externa), são empolgados e aprenderam algo da cultura e da língua do país, etc.

MAIS: o principal critério de premiação deve ser sempre o resultado final do comitê. Isto é, para além de expressar em discursos a verdadeira política externa do país, o delegado teve jogo de cintura, lábia, conhecimento e etcéteras para que o resultado seja interessante ao país dele. Cláusulas que condenem o país dele o fazem perder pontos; se a resolução omite um assunto, mais ou menos pontos, dependendo do lance; etc.

A dificuldade maior aqui não a vendidagem, e sim as assimetrias. Os países mais poderosos têm mais facilidade de forçar uma resolução boa, principalmente quando alguns têm poder de veto e outros não (notem que a expressão "comitê com veto" ou "país com veto" não é suficiente, já que existem comitês onde TODOS têm veto). É aqui que os Diretores têm de aplicar o olho clínico.

Motivo 7 - Não se premia os bonzinhos

Acontece de serem premiados os bonzinhos. Acontece de serem premiados os novatos. Nem sempre é assim, e não deve ser assim. Delegados de ditaduras sanguinárias e com retórica agressiva (Irã, Venezuela, União Soviética) podem e são premiados.

Motivo 8 - Prêmios existem na vida real

Como o Ortega já disse aqui e eu sempre pensei, prêmios existem na vida real. São dados não pelos foros internacionais, mas em casa. É quando o Secretário vira Conselheiro; o Ministro, Embaixador. Um determinado diplomata vai chefiar uma missão numa capital mais importante ou assumir um posto bacana no Ministério. Ou pode ser simplesmente uma medalha ou comenda, ou o mero reconhecimento pelos seus pares e elogios entusiasmados.

Pode-se pensar no prêmio invisível. Dias depois do modelo, o delegado recebe um e-mail do seu MRE dizendo que ele foi promovido. (pensei nisso na minha OTAN 2006 mas acabei procrastinando demais). Nada de estrelismo, tudo de motivação e "feeling good inside".

Motivo 9 - Prêmios não são obrigatórios em cada comitê

Alguns modelos não obrigam todos os comitês a dar prêmio. Pode ser o caso dos prêmios existirem, e serem dados na maioria dos comitês, mas os Diretores terem a liberdade de não concedê-los. Caso imediato que me vem a mente: MINI-ONU.


Motivo 10 - Prêmios não são obrigatórios em modelos

Finalmente, prêmios são uma opção de cada modelo. A SiNUS e o TEMAS jamais os tiveram, e a SiEM os erradicou a partir da segunda edição. Preferir modelo com ou sem prêmios é como escolher comédia ou drama: é uma questão de gosto, não de um ser melhor.

Uma vantagem do modelo sem prêmio é que a universidade-sede se exime desde já de politicagens nesse sentido, já que não tem nada a oferecer "em troca". É o caso de Minas Gerais, cujo modelo universitário, o TEMAS, não tem prêmios nem sequer delegações, de forma que quando a PUC-Minas ganha o AMUN - e já o fez cinco vezes - não é por ter prêmios ou países a dar em troca.

Obrigado, Madame Presidente.

10 comentários:

  1. Para todos aqueles que não acreditam que o prêmio pode ter um resultado positivo convido para a cerimônia de encerramento do Global Classrooms. É de se emocionar...

    Anyway, acho que o ítem 10 resume tudo: nem todo modelo precisa de prêmio...

    Saudades de todos meus amigos...

    Bjs,

    Quel

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  2. Muito boa a resposta!

    O Cedê tem razão quando diz que os prêmios não são, em si, bons ou ruins. Mesmo assim, ainda acho que há situações específicas em que eles funcionam melhor ou pior, como disse no comentário do post anterior.

    Os motivos 1, 2 e 3 dizem, basicamente, que os prêmios ajudam a criar bons delegados, exatamente o oposto do que dizem os três primeiros motivos do post do Napô. Eu acho que, aqui, ambos têm razão. Em um tipo específico de comitê - com delegados experientes, prepotentes e egocêntricos - o prêmio pode exacerbar tudo o que há de potencialmente podre no ambiente. Em comitês de outro tipo - com delegados novatos e bonzinhos - os prêmios dão o impulso necessário a uma competição sadia, que por vezes tira o debate de uma letargia paquidérmica (e o GC é o melhor exemplo em que consigo pensar).

    Não sei se concordo com o motivo 5. Pelas razões já citadas, acho que os prêmios podem ajudar a criar resoluções melhores ou piores, dependendo do tipo de comitê. Nos comitês cheios de delegados radioativos, o prêmio pode levar a competitividade a níveis tão absurdos que prejudiquem o conteúdo das resoluções (ou a própria aprovação de uma resolução, qualquer que ela seja).

    Não tenho opinião formada sobre os motivos 6 e 7, mas tendo a concordar com a visão do Napô. Os critérios de premiação sempre me pareceram muito vagos e, mesmo que se tornem mais concretos, a subjetividade vai continuar a ter papel importante. Os prêmios de Modelos me lembram aqueles esportes olímpicos que dependem das notas dos juízes - como os saltos ornamentais, por exemplo. Quando o sujeito dá uma barrigada na piscina, todo mundo esculacha o pobre coitado (0/0/0/0/1,5). Quando o salto não é desastroso, contudo, a nota depende do humor do jurado, e aí a coisa fica mais obscura (6,5/9/8,5/7/8,5).

    O Cedê lembrou também de um fator que, pra mim, acrescenta outro possível elemento de distorção na premiação: o role model. Tem gente que chega no modelo com o prêmio já garantido, independentemente da sua atuação, por causa das suas conquistas anteriores$ (e isso nem sempre é consciente). Explico: se o Casarões, por exemplo, delegado do Quirguistão, passa uma sessão inteira dormindo, de ressaca da noite anterior, os diretores logo imaginam que ele está respeitando uma tradição quirgiz, que não permite que os embaixdores trabalhem nas manhãs das segundas-feiras ímpares de lua cheia. Se o delegado Zezinho, que também se embebedou na noite anterior, dorme durante a mesma sessão, os diretores logo o tacham de vagal (e daí pra baixo). O Casarões é como aquele grande saltador chinês que, se cair de barriga, impressiona os jurados pela originalidade.

    Enfim, continuo achando que os prêmios não são intrinsecamente bons ou ruins, e nisso concordo plenamente com o Cedê. Pregar a extinção dos prêmios once and for all me parece muito drástico,e acho que os resultados podem ser ruins, especialmente para o trabalho de recrutamento de novos modeleiros. Por outro lado, o aparecimento de ilhas "despremiadas" na modelândia nacional foi um verdadeiro alívio para comitês infestados de egos inflados.

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  3. Sem dúvida o prêmio é importante. Qualquer bom trabalho - principalmente na vida real, como bem levantou o Cedê - merece ser comendado e reconhecido. Qualquer Chefe de Estado, do EUA ao Gabão, sabe disso; qualquer CEO da Microsoft à Padaria do Zé sabe disso.

    Obviamente participar de qualquer MUN pensando única e exclusivamente no prêmio é menosprezar a própria idéia de uma organização como a ONU. Todos sabem que uma General Assembly de um MUN é formada por em média 60 países e não apenas EUA x Ditaduras do Mundo. Por mais que todos trabalhem bem, nunca teremos 60 prêmios, logo este deve ser uma recompensa pelo destaque e não o motivo deste destaque.

    Bom era isso... belo post Ambassador Silva.

    Abraço,

    Fernando

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  4. Discordo, de modo geral.

    Ninguém está dizendo que os prêmios não têm benefícios.

    A questão é que simplesmente, pelo menos na minha opinião, os malefícios se sobrepõe de modo a valer mais a pena deixar de ter os benefícios dos prêmios, se se deixa de ter os malefícios.

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  5. Além do mais, estes benefícios não são reais.


    Exemplo prático: num comitê que espera-se ter prêmios, e no final muda-se de idéia, permanece-se tendo os benefício de premiações, o que mostra que estes benefícios estão disvinculados do prêmio em si, e ligados ao ego entre outras coisas não mais bonitas moralmente para se vangloriar.

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  6. Discordo.

    Primeiro, porque não é sustentável manter a idéia de que os prêmios existem e "no final mudar-se de idéia". Uma hora vira "Pedro e o Lobo".

    Segundo, se "permanece-se tendo os benefício de premiações", isto não significa que os prêmios não foram importantes só porque eles não foram dados ao final. É como Clausewitz, a batalha é antes de tudo travada na mente dos combatentes! Alguns (alguns) dos benefícios dos prêmios dependem de uma verdadeira promessa de prêmios.

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  7. Otimo post e interessantissima discussão! Aqui vai a tréplica sobre seus dez pontos.

    1: Você descreve aqui os modeleiros inveterados, que sabem comandar um comitê e simplesmente adoram simular. Essa gente não precisa de prêmio para participar de modelo. Eles estão mais preocupados com o processo do que com o resultado. O jogo é mais importante do que a medalha.

    Vendidos não são bons modeleiros. Vendidos são pessoas que querem o prêmio acima de tudo, e se lixam para o realismo do comitê e para o equilibrio da simulação.

    2: Sinceramente não vejo qualquer correlação entre a existência de prêmios e a participação de delegados. Os delemudos são delemudos com ou sem prêmio. Do mesmo jeito, os europeus vão se aliar de qualquer jeito, mesmo que não haja menção em disputa.

    Nem sempre aliados ganham juntos. Em comitês nos quais alguns paises são obviamente muito mais importantes do que outros (ex: historicos da Guerra Fria, qualquer Conselho de Segurança), é mais freqüente que os principais antagonistas levem prêmio, eg EUA e Russia, com uma terceira menção para algum pais mediador.

    3: Com este eu concordo em parte. Claro que é crucial para qualquer modelo ter uma forte delegação americana, mas além do risco que você citou (formação de panelinhas), existem os motivos 3 e 4 do meu post.

    4: Se é pouco aceitavel que universitarios avaliem outros universitarios, é justamente porque o ego dos caça-prêmios é grande demais para aceitar criticas vindas de um "semelhante". Concordo que nem todos os prêmios têm condições de avaliar detalhadamente cada delegado, mas ainda assim é melhor uma avaliação simplificada para todo mundo do que prêmios, com todos seus problemas, para três ou quatro.

    5: Ler os comentarios sobre os motivos 1 e 2.

    6: Aqui quase concordamos: o critério final do SUCESSO de um delegado deve ser a resolução final. Isso não basta? Ver a resolução aprovada exatamente nos termos que você queria é o maior dos prêmios.

    7: De fato, paises malvados também são premiados, e isso porque geralmente são atribuidos a delegados fortes/veteranos. Mas isso não elimina o fato de que certos delegados bonzinhos recebem prêmios simplesmente porque são bonzinhos.

    8: Acho dificil comparar as recompensas para os diplomatas da vida real (praticas, concretas, profissionais) com o valor de um prêmio de modelo da ONU, que é simbolico e basicamente serve para massagear o ego.

    9: De fato, alguns modelos oferecem essa liberdade aos diretores, mas são 20% dos MUNs nacionais se muito. Esperemos que essa proporção aumente.

    10: Aqui você esta admitindo implicitamente que em muitos casos os prêmios são nocivos :-) Concordo com a conclusão de que cada modelo é livre para escolher sua politica de premiação, e disse algo parecido no final do post anterior, mas acho que os efeitos são bastante negativos para a grande maioria dos comitês.

    Existem muitas formas de politicagem modeleira (motivo 7 do post anterior) e o troca-troca do best delegation award é apenas um deles, não necessariamente o principal. SGs recebem um numero curiosamente alto de prêmios; faculdades "amigas" ganham muito mais do que a gentalha; e, o mais importante, a distribuição de paises segue critérios no minimo pitorescos.

    O motivo citado pela Raquel é na verdade meio dubio. Para cada delegado que chora de emoção ao receber um prêmio inesperado, outros tantos mordem os labios de raiva por terem sido preteridos.

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  8. No 4 do comentario acima eu quis dizer "que nem todos os MODELOS têm condições de avaliar detalhadamente cada delegado".

    Ortega: sempre sabio e hilario!

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  9. Excelente palavras do napoleão.
    Mantenho minha posição e ratifico a argumentação usada acima.

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  10. Por que vocês não escrevem um post sobre ícones dos Modelos brasileiros? Tipo os caras que erem fodões em áreas diferentes: segurança, direitos humanos, economia... Ia ser bacana pra relembrar os momentos!!! Se quiserem tenho sugestões para indicações!! :)

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