P-A-R-I-r?
Existem duas formas de se participar de simulação, no que tange a local. Uma opção - que atualmente é relativamente fácil - é simular em "casa", na sua própria cidade. Se há cinco anos isso seria um privilégio de três ou quatro cidades no país, hoje existem modelos na maior parte das cidades grandes do Brasil. Outra possibilidade é simular fora, a chamada modelagem "estrangeira". Viajar pra simular é uma experiência sem dúvida gratificante, que traz benefícios incríveis pro modelista - esse é um argumento que provavelmente nunca vamos enfatizar um bastante: um diretor que não tem contato com o mundo lá fora, com outras simulações, SEMPRE é prejudicado, especialmente se encontrar delegados "estrangeiros" - mas também traz uma carga desfavorável. Por mais incrível que possa parecer pra nós, convencer as pessoas que viajar pra participar de um evento acadêmico e fazer amigos tem ficado cada vez mais difícil. Aqueles velhos argumentos do custo e do tempo são disparados constantemente.
Tendo em vista a recente discussão que se tem feito sobre como atrair novos delegados, é importante reforçar um dos aspectos mais legais da modelagem: viajar é MUITO bom, e não cansa dizer: pro modeleiro é BEM MAIS FÁCIL que um mero mortal nao-iniciado nas artes modelísticas.
Recentemente estive viajando e pude conferir mais uma vez o que já pude usufruir em várias ocasiões. Encontrei com vários alunos da PUC-SP e USP em Paris (Sim, a Laura Redondo é um "s") e fizemos um mega-tour guiados por Aline Martins (PUC-SP) e Thiago Nogueira (USP), ambos residentes na cité lumiére. Fizemos roteiros turísticos, Código-DaVincianos, Gastronômicos e tudo mais. Ao final de alguns dias de estadia imaginei como nós acabamos por formar uma rede social - pra usar um termo da moda - peculiar. Em tempos de Orkut, MySpace e Facebook, a Modelândia acaba servindo não só de uma extensa rede de contatos (um networking poderoso, alguns diriam, por contar com vários formadores de opinião) que facilita desde acesso a material de pesquisa, até suas viagens. Eu já simulei em vários estados, e só fiquei em hotel uma única vez, no AMUN 2003, meu primeiro modelo. De lá pra cá, em todos meus modelos como delegado pude aproveitar a hospitalidade de outro modeleiro ciente da complicação que se é vir do nordeste pra simular no sudeste (ou mesmo ir pra outro estado do nordeste, no caso do SONU, do Ceará).
Da mesma forma, tive a oportunidade de receber amigos (ou não, conheci gente espetacular que apareceu na minha casa sem nenhum conhecimento prévio, como Bernardo Moretzsohn) que vieram pra SOI. Inclusive é a nossa eterna disposição de receber quem quiser vir que possibilitou que tivéssemos vários delegados de vários estados do Brasil mesmo a imensa maioria achando que é caro demais ir pra esquina, quem dirá ir pro nordeste. Não fiz uma pesquisa formal nesse sentido, mas vocês que vieram podem comentar se o oferecimento de estadia foi ou não um fator decisivo na sua opção de comparecer a um modelo aqui em Natal.
Essa rede de amigos acaba gerando efeitos ainda mais positivos que a hospedagem em um modelo ou outro. Não é raro você ouvir falar de um modeleiro isolado (ou não) em outra cidade, ou até em outros países. Da Rússia à Suécia, da Suiça ao Canadá, de Portugal à Escócia, faça a experiência: próxima vez que você for viajar pra qualquer lugar, faça uma sondagem de modeleiros, use seus contatos e você muito provavelmente vai encontrar alguém perto de você disposto a viajar e passear pelas redondezas. Mais uma vez: esse é um luxo que pouca gente tem. E conhecer gente assim, diferente, é mais um atributo extremamente positivo desse nosso hobby, e não pode ser esquecido quando vamos tentar convencer alguém a participar de um modelo. Especialmente quando vamos formar delegação pra modelar fora: esse contato com o "mundo lá fora" pode ser crucial pra a sedimentação de um delegado engajado em aprender e participar da nossa adorável modelândia, ao contrário de um delegado que acha que participar do seu modelo da sua cidade ou da cidade vizinha é o bastante. Talvez seja uma lição a meditar, se ainda pretendemos alcançar novos horizontes com as simulações no Brasil.
Tendo em vista a recente discussão que se tem feito sobre como atrair novos delegados, é importante reforçar um dos aspectos mais legais da modelagem: viajar é MUITO bom, e não cansa dizer: pro modeleiro é BEM MAIS FÁCIL que um mero mortal nao-iniciado nas artes modelísticas.
Recentemente estive viajando e pude conferir mais uma vez o que já pude usufruir em várias ocasiões. Encontrei com vários alunos da PUC-SP e USP em Paris (Sim, a Laura Redondo é um "s") e fizemos um mega-tour guiados por Aline Martins (PUC-SP) e Thiago Nogueira (USP), ambos residentes na cité lumiére. Fizemos roteiros turísticos, Código-DaVincianos, Gastronômicos e tudo mais. Ao final de alguns dias de estadia imaginei como nós acabamos por formar uma rede social - pra usar um termo da moda - peculiar. Em tempos de Orkut, MySpace e Facebook, a Modelândia acaba servindo não só de uma extensa rede de contatos (um networking poderoso, alguns diriam, por contar com vários formadores de opinião) que facilita desde acesso a material de pesquisa, até suas viagens. Eu já simulei em vários estados, e só fiquei em hotel uma única vez, no AMUN 2003, meu primeiro modelo. De lá pra cá, em todos meus modelos como delegado pude aproveitar a hospitalidade de outro modeleiro ciente da complicação que se é vir do nordeste pra simular no sudeste (ou mesmo ir pra outro estado do nordeste, no caso do SONU, do Ceará).
Da mesma forma, tive a oportunidade de receber amigos (ou não, conheci gente espetacular que apareceu na minha casa sem nenhum conhecimento prévio, como Bernardo Moretzsohn) que vieram pra SOI. Inclusive é a nossa eterna disposição de receber quem quiser vir que possibilitou que tivéssemos vários delegados de vários estados do Brasil mesmo a imensa maioria achando que é caro demais ir pra esquina, quem dirá ir pro nordeste. Não fiz uma pesquisa formal nesse sentido, mas vocês que vieram podem comentar se o oferecimento de estadia foi ou não um fator decisivo na sua opção de comparecer a um modelo aqui em Natal.
Essa rede de amigos acaba gerando efeitos ainda mais positivos que a hospedagem em um modelo ou outro. Não é raro você ouvir falar de um modeleiro isolado (ou não) em outra cidade, ou até em outros países. Da Rússia à Suécia, da Suiça ao Canadá, de Portugal à Escócia, faça a experiência: próxima vez que você for viajar pra qualquer lugar, faça uma sondagem de modeleiros, use seus contatos e você muito provavelmente vai encontrar alguém perto de você disposto a viajar e passear pelas redondezas. Mais uma vez: esse é um luxo que pouca gente tem. E conhecer gente assim, diferente, é mais um atributo extremamente positivo desse nosso hobby, e não pode ser esquecido quando vamos tentar convencer alguém a participar de um modelo. Especialmente quando vamos formar delegação pra modelar fora: esse contato com o "mundo lá fora" pode ser crucial pra a sedimentação de um delegado engajado em aprender e participar da nossa adorável modelândia, ao contrário de um delegado que acha que participar do seu modelo da sua cidade ou da cidade vizinha é o bastante. Talvez seja uma lição a meditar, se ainda pretendemos alcançar novos horizontes com as simulações no Brasil.
De fato, a questão da hospedagem caseira é um fator que facilita bastante, até porque o custo total de uma viagem modelística gira em torno de R$ mil e cacetada, isso se considerarmos apenas o pacote básico: inscrição, hotel e passagens.
ResponderExcluirNunca me hospedei em casa de amigos fora do RJ por uma questão de reciprocidade: meus pais não gostam de pessoas hospedadas aqui em casa. Portanto, prefiro não me utilizar da hospitalidade dos outros enquanto não posso oferecer a minha.
Mas acho que ficou faltando comentar um certo aspecto desse "networking": se viajamos para simular fora do estado, podemos também contar uns dois amigos mais chegados para rachar um quarto de hotel, o que fica bem mais em conta também.
Haha, essa foto é sensacional...
ResponderExcluirEsse post me lembra do discurso do Cedê no encerramento do TEMAS 2006, quando 'baixadô disse que o mais importante nos modelos são as amizades. Eu assino embaixo. Acho que essa é praticamente a linha editorial deste blog, não?
Confirmo que a modelagem européia também funciona assim, com base na amizade. Eu estudo em Paris, mas fui diretor de um MUN em Istanbul e daqui a dez dias serei chairman em Moscou. Giovana, do UFRGSMUN, foi diretora na Suiça. Trouxemos modeleiros-amigos da Romênia, da Espanha e da Italia para cuidar de nossos comitês aqui na França, e por ai vai. O pessoal troca hospedagem e viaja junto, como no Brasil.
Repito quantas vezes for preciso: a SOI é o modelo mais hospitaleiro do Brasil - quiçà do mundo - e ja valeria a pena pela hospedagem, pelos amigos e pelo cenario, isso sem contar os comitês bacanas!
Falando nisso, que fim levaram as post-conference trips? Eu guardo excelentes lembranças de Genipabu e Pipa depois da SOI, de Gramado e Canela depois do UFRGSMUN, de Ouro Preto depois do TEMAS e de Campos do Jordão depois do MONU, sempre com amigos modeleiros. Essa tradição não pode acabar! O que seria da humanidade sem o Rochestermellow?
Muito bom post! E de fato, existe uma rede social modeleira, senão uma comunidade epistêmica!
ResponderExcluir2. As post-conference trips de fato deram uma sumida, o que é um absurdo, parece mais uma involução.
O tema das Post-Conference Trips merece um post à parte, mas de antemão já dou um palpite: viagens demandam tempo. Hoje em dia a gente simplesmente não tem mais tempo. Vai pra um modelo com 4 provas pra fazer quando voltar, não dá pra ficar nem um dia a mais. Como menos modeleiros jovens estão surgindo com disposição para viajar, menos gente com tempo livre pra fazer essas coisas. Mas eu sou totalmente a favor, tive PCT ótimas!
ResponderExcluirE Phil: não se preocupe, use e abuse da boa hospitalidade modeleira. Pense no seguinte: se você for e ficar na casa de alguém, já vai ser um a mais na delegação garantido. Quando maior a delegação mais gente ela atrai, uma espécie de movimento gravitacional que puxa interessados formando delegações mais fortes. Então, pro modelo-alvo, é melhor você ir mesmo que nao possa hospedar ninguém em retorno, pois a sua ida fortalece a delegação e aumenta a chance de outros delegados poderem ir, inclusive estes podendo retribuir a hospedagem.
Além disso tudo, você pode retribuir a camaradagem modeleira levando o povo pra sair, fazendo tours e tudo mais. Só não deixe essa sua limitação familiar te impedir de ir a qualquer modelo! Se só der pra ir ficando na casa dos outros, vai com fé que o camarada modeleiro vai compreender!
Excelente artigo.
ResponderExcluirTenho em meu caso, grande prova disso. Não era meu primeiro modelo fora de BH, mas na SiEM 2006 fui pra São Paulo sem conhecer UMA pessoa sequer na maior cidade do Brasil.
Resultado: Não só fiz uma porrada de amigos em São Paulo como de outras cidades do Brasil, como o Rio de Janeiro, que até então nunca tinha ido pra simular.
Desde a SiEM 2006, fui a São Paulo outras 5 vezes, pra simular ou não, sempre hospedado na casa da minha nova rede de amigos.
Uma coisa é fato: Uma vez que eu participei de uma simulação fora de BH, nunca mais fiquei em Hotel naquela cidade.
Assinado em baixo do Cedê também. Se não fosse as amizades a aposentadoria talvez já tivesse a muito chegado.
Em tempo: por poder se gabar de ter ficado em hotel apenas uma vez, o Dáblio Á merece com honras o título de MODELEIRO das Galáxias!
ResponderExcluirAmigos em modelos é algo extraordinário. Uma história parecida com a do Yama, fui para a SiEM do ano passado sem conhecer ninguém, a não ser quem também era da minha cidade. Nessa SiEM, conheci o Yama, ele arrumou um lugar para mim no Mini ONU e me hospedou. Nesse Mini fiz várias amizades, pessoas de vários lugares do Brasil. Para a Sinus que ocorrerá em breve conseguirei economizar um bom dinheiro devido promoções de passagens SP-Brasília e hospedagem, por isso poderei ir. Amizade e modelândia é algo que andam juntas.
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