sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Evoluir é cooperar

Durante o IX MONU, que terminou domingo em São Paulo, os editores deste blog colaboraram para o jornal do evento com uma coluna diária. Leia abaixo um dos textos publicados.

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No início, havia o verbo. Ou, melhor dizendo, uma conversa simples: "Vamos fazer um modelo da ONU?" "Vamos!". Tudo começava entre aquele grupo de amigos que tinha ido em um AMUN, MONU ou outro modelo em sua cidade ou fora dela. O projeto cresce, eventualmente ganha algum apoio institucional, um patrocínio aqui, outro ali... A história de vários modelos (os próprios AMUN e MONU entre eles, para citar apenas dois exemplos mais conhecidos) começou deste jeito.

Alguns modelos conseguem ter grande sucesso e evoluem no decorrer dos anos se "institucionalizando", como dizemos no jargão da Modelândia. Outros modelos, alguns após experiências com essa institucionalização, outros sem esta oportunidade, e em especial nos últimos anos, têm optado por seguir um caminho diferente: o da cooperação entre faculdades diferentes em torno de um único modelo. O MONU 2007 é o atual exemplo de como a cooperação têm funcionado em modelos, embora não seja nem o primeiro nem o último exemplo - a SiEM, em São Paulo; o SiMUN, no Rio de Janeiro; e recentemente o TEMAS, em Belo Horizonte: outros três exemplos conhecidos de modelos que empregam em seu staff acadêmico e administrativo pessoas de todo um estado ou mesmo de todo o Brasil.

Integrar diversas faculdades na organização de um modelo não é uma tarefa fácil, mas certamente é uma tarefa recompensadora. Assim como a diversidade de delegados com backgrounds totalmente diferentes ajuda muito nas discussões de um comitê, assim também é na sua concepção e estudo. Se a discussão é sobre saúde pública, por que não chamar um estudante de Medicina para explicar princípios básicos a esse respeito? Se estamos discutindo armas nucleares, por que não um estudante de física ou engenharia para discutir os verdadeiros efeitos de uma arma nuclear e como ela funciona? Se é um gabinete discutindo planos militares, por que não um historiador militar para nos explicar táticas militares?

Estes exemplos que citeisão apenas os benefícios acadêmicos. Administrativamente, e também em termos de credibilidade e publicidade de um modelo, juntar várias faculdades ou universidades dá maior solidez e maior possibilidade de apoio a qualquer modelo. Além disso, acelera o ciclo de renovação de modeleiros dispostos a prosseguir na organização: tem-se acesso a pessoas novas não apenas de uma ou duas faculdades, mas de mais de uma universidade inteira. Isso amplia o leque de contatos, o número de pessoas interessadas, a quantidade e a qualidade de idéias para comitês...

Por enquanto, a cooperação entre faculdades na Modelândia está engatinhando, mas o potencial é evidente. Assim como inicialmente os modelos foram formados por grupos de amigos dedicados em partilhar uma cultura apaixonante como a de modelos, a cooperação entre faculdades ainda precisa ser fortalecida, e há bastante espaço para isso. Cooperar é evoluir.

Guilherme F. A. Pereira (guilhermepereira [arroba] gmail [ponto] com) acaba de se formar em Direito pela PUC-SP, escreve regularmente no blog Representatives of the World (http://modeleiro.blogspot.com), e foi Diretor-Geral Acadêmico do MONU 2007.

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