segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

A União faz a Força, o Açúcar e o MONU

Durante o IX MONU, que terminou ontem em São Paulo, os editores deste blog colaboraram para o jornal do evento com uma coluna diária. Leia abaixo um dos textos publicados.

---------

A União faz a Força, o Açúcar e o MONU

A frase é clichê, mas vale neste caso: a história do MONU se confunde com a trajetória das simulações da ONU no Brasil. Criado em 1999, na época em que a humanidade temia o bug do milênio mais do que o aquecimento global, o modelo passou por diversas metamorfoses até se tornar o MONU atual.

O MONU já aconteceu em todos os lugares possíveis – hotel, faculdade, centro de convenções e até auditório de museu. Já simulou debates convencionais e comitês mais excêntricos, oscilando entre conservadorismo e inovação. Mais importante, ele reinventou sua identidade duas vezes.

O modelo nasceu MONU-PUC, vinculado umbilicalmente ao curso de Relações Internacionais da Católica. Mais tarde, divorciou-se da universidade e passou a ser organizado pelo GSPRI, uma associação de modeleiros puquianos. A partir de 2004, diretores de outras faculdades ganharam espaço, mas ainda sob a tutela dos alunos da PUC. E agora, em 2007, o MONU atinge sua maturidade: deixa de ser a simulação dos alunos da PUC para se tornar o modelo da ONU do Estado de São Paulo, uma parceria entre todas as potências modeleiras paulistas.


Esta história não foi nada linear. Pelo contrário: como tudo o que é humano, o MONU evoluiu de crise em crise, superando sua maior convulsão em 2004-2005 – quando um certo desleixo em padrões acadêmicos feriu a reputação do modelo – para recuperar, hoje, seu lugar de direito na linha de frente da modelagem nacional.

Assim como o AMUN, de Brasília, o MONU já foi importante por ser antigo. Durante longos anos, estes dois eventos eram o alfa e o ômega da modelagem no Brasil: todo modelista ia ao Distrito Federal em julho e a São Paulo em dezembro, até porque não havia outras opções. Mas o duopólio AMUN-MONU terminou, e hoje o MONU é importante por ser moderno. Ele está lançando tendências que logo provavelmente serão seguidas pelas demais simulações da ONU em nosso país.

O que a experiência do MONU pode ensinar a outras simulações das Nações Unidas? Primeiro, que tamanho realmente não é documento: vale mais investir na coesão e na qualidade do que na quantidade de comitês e delegados. Segundo, que toda fronteira é burra: um modelo da ONU fica melhor e mais interessante se organizado por diversas faculdades e com a participação de alunos de diversos cursos, não apenas Direito e RI. Terceiro, que toda regra nasceu para ser quebrada: o que é certo hoje pode ser errado amanhã.

Thomaz Napoleão, participante e organizador do MONU entre 2002 e 2006, escreve de Moscou, Rússia.

---------

Se você gostaria de ter textos personalizados do Representatives of the World para o jornal do seu modelo, entre em contato conosco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário